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Corpo de Winnie Mandela, ícone da luta contra o apartheid, é velado na África do Sul

14.abr.2018 - O presidente da Namíbia, Hage Geingob, discursa durante o funeral de Winnie Mandela - AFP Photo/Wikus de Wet
14.abr.2018 - O presidente da Namíbia, Hage Geingob, discursa durante o funeral de Winnie Mandela Imagem: AFP Photo/Wikus de Wet

14/04/2018 11h41

Milhares de pessoas aclamaram neste sábado (14) o caixão com o corpo de Winnie Mandela, polêmico ícone da luta contra o apartheid na África do Sul, no funeral nacional organizado no "township" de Soweto.

A cerimônia, realizada em um lotado estádio de Orlando, encerra os 10 dias de luto nacional decretado em memória da ex-esposa de Nelson Mandela, que é chamada de "Rocha", "Mãe da Nação", a "libertadora" e a "heroína", falecida em 2 de abril, aos 81 anos, após uma longa doença.

"Foi minha mãe que manteve viva a memória do meu pai", Nelson Mandela, durante seus 27 anos de prisão antes de se tornar o presidente da África do Sul, em 1994, recordou sua filha mais velha, Zenani Mandela-Dlamini, entre os aplausos do público.

"Ela que manteve seu nome na boca das pessoas, que levou seu coração às pessoas", disse, diante do caixão coberto pela bandeira sul-africana e colocado no centro do estádio.

Escoltado por motoristas, o caixão da "Mama Winnie" havia abandonou neste sábado pela manhã sua casa em Soweto, o bairro pobre de Johannesburgo ao qual foi fiel durante a vida toda.

Corpo de Winnie Mandela é transportado por militares após o funeral - Jerome Delay/AP - Jerome Delay/AP
Corpo de Winnie Mandela é transportado por militares após o funeral
Imagem: Jerome Delay/AP

Na chegada ao estádio de Orlando, a alguns quilômetros de distância, o caixão foi recebido por milhares de pessoas que, com o punho em riste, entoaram uma canção de luta: "Não há ninguém como Winnie Mandela".

"Foi um de nossos melhores soldados. Lutou desde o início até o final. Vá em paz, Mama", disse o espectador Brian Magqaza, de 53 anos.

Vários líderes estrangeiros, entre eles os chefes de Estado congolês, Denis Sassou Nguesso, e namibiano, Hage Geingob, compareceram à cerimônia, na qual o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, pronunciou um discurso fúnebre no qual qualificou Winnie de "muralha" contra o apartheid.

Personalidades como Jesse Jackson, emblemático militante dos direitos civis nos Estados Unidos, também assistiram ao funeral. Winnie Mandela "nunca parou de lutar", disse na sexta-feira o pastor, de 76 anos.

Após as cerimônias oficiais, Winnie Mandela será enterrada neste sábado à tarde no cemitério de Fourways, um bairro residencial de Johannesburgo, junto com uma de suas netas, falecida em 2010.

Também estava entre os presentes a modelo britânica Naomi Campbell.