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Ações da Petrobras sobem 10% após queda de segunda-feira

29/05/2018 14h25

Rio de Janeiro, 29 Mai 2018 (AFP) - As ações da Petrobras tiveram alta de 10% nesta terça-feira (29) na Bovespa, recuperando parte do terreno perdido na véspera, quando despencaram 14% diante das concessões feitas pela governo federal aos caminhoneiros em greve.

Às 13h30, as ações preferenciais da petroleira subiam 9,23%, e as ordinárias, 10,97%, dando impulso ao índice Ibovespa, que subia 1,53%.

Mesmo com esses ganhos, a Petrobras registra perdas de mais de 20% desde o início da semana passada, quando começou o movimento de caminhoneiros contra sua política de preços, que disparou o valor do diesel.

Segundo analistas, a recuperação desta terça-feira se deve a diversos fatores, de uma correção técnica com compras oportunistas a uma certa tranquilidade dos investidores diante das garantias de que o governo compensará as perdas que os cortes de preços acordados com os grevistas poderão gerar à Petrobras.

"O Tesouro vai assumir [esses custos], mas isso não bate nas finanças da Petrobras", afirmou Alex Agostini, economista-chefe da consultora Austin Rating.

A Petrobras divulgou na segunda-feira um comunicado enfatizando que a redução de 0,46 centavos por litro de diesel "será alcançada com a redução da carga tributária e dos subsídios pagos pela União".

A companhia acrescentou que "a empresa não subsidiará o preço do diesel e não sofrerá danos, uma vez que será compensada pela União de maneira que ainda precisa ser definida".

Os investidores não parecem levar muito em conta a greve de 72 horas convocada por trabalhadores do setor do petróleo a partir de quarta-feira.

"Acho improvável que haja uma forte adesão a esse movimento", disse Agostini.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou a greve exigindo a redução dos preços do gás de cozinha e combustível, o fim das políticas de transferência de ativos da empresa para empresas estrangeiras e a renúncia do presidente da Petrobras, Pedro Parente, "que com o apoio do governo de Michel Temer mergulhou o país em uma crise sem precedentes".