Rússia, Turquia, França e Alemanha fazem reunião inédita sobre a Síria em Istambul
Istambul, 27 Out 2018 (AFP) - Dirigentes da Turquia, Rússia, França e Alemanha reuniram-se neste sábado em Istambul num encontro de cúpula inédito sobre a Síria, em que se busca consolidar a frágil trégua em Idlib e avançar rumo a uma transição política.
Durante a reunião, os líderes devem encontrar pontes entre suas iniciativas para pôr fim à guerra que assola a Síria desde 2011.
A Síria e o mundo têm hoje o olhar voltado para nós", declarou o presidente turco, Recep Erdogan, na abertura do encontro. "Espero que avancemos de modo sincero e construtivo e estejamos à altura das expectativas", acrescentou.
O encontro acontece um dia depois de ataques do regime sírio na província rebelde de Idlib, em que morreram sete civis, balanço mais alto desde a entrada em vigor do cessar-fogo negociado no mês passado por Ancara (que apoia os rebeldes) e Moscou (aliada do regime).
O acordo previa a implantação de uma zona desmilitarizada de 15 a 20 quilômetros para separar os territórios rebeldes de Idlib das regiões governamentais.
Durante a reunião de cúpula, os líderes devem "estudar fórmulas novas para trazer uma solução política" para o conflito, que já deixou 360 mil mortos e milhões de desalojados, segundo Ancara.
Neste sentido, a formação de um Comitê Constitucional, apoiado pela ONU, para elaborar uma nova Carta Magna se perfila como um dos principais desafios. O enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, que lamentou a paralisação do plano da ONU ontem, também participa da reunião em Istambul.
"O que está em jogo aqui hoje é a estabilidade da Síria, para evitar um novo desastre humanitário", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, no Twitter, antes do início do encontro.
- 'Enfoques distintos' -Embora não se esperem grandes anúncios após a reunião, a mesma é uma oportunidade para que os líderes busquem um campo de entendimento.
Turquia e Rússia formam, com o Irã, um trio ineludível em campo, onde estes três países, com interesses próprios, investiram grandes recursos militares.
Já França e Alemanha formam, com outros cinco países, incluindo os Estados Unidos, o "pequeno grupo" sobre a Síria, que trabalha por uma solução política, embora seus esforços sejam ofuscados pelo processo de Astana, liderado por Ancara, Moscou e Teerã.
"Há enfoques distintos, mas, a grosso modo, todos desejam, naturalmente, encontrar uma solução política para a Síria", assinalou ontem o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que pediu uma "harmonização de posições" durante a reunião.
Os quatro países também devem discutir a reconstrução da Síria, mas a ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, advertiu hoje que a mesma não pode acontecer "em favor da ditadura de Assad".
Dois importantes personagens do conflito na Síria - Irã e Estados Unidos - estarão ausentes hoje. Macron conversou esta semana com o presidente americano, Donald Trump, para definir posições.
O encontro também acontece em um momento de comoção, após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul.
Antes da reunião de hoje, Erdogan teve reuniões bilaterais com seus convidados. Segundo a imprensa turca, eles conversariam sobre o caso Khashoggi.
Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, também reuniram-se antes do início do encontro de cúpula, e concordaram em manter "uma posição coordenada em nível europeu" sobre as eventuais sanções à Arábia Saudita pelo assassinato do jornalista, indicou o Palácio do Eliseu.
Os dois líderes buscaram aparar as arestas, depois que Macron acusou implicitamente a Alemanha de demagogia ontem, por pedir aos europeus a interrupção da venda de armas à Arábia Saudita.
burx-gkg/ezz/lsb/mf/jvb/zm/bc/age/lb
Durante a reunião, os líderes devem encontrar pontes entre suas iniciativas para pôr fim à guerra que assola a Síria desde 2011.
A Síria e o mundo têm hoje o olhar voltado para nós", declarou o presidente turco, Recep Erdogan, na abertura do encontro. "Espero que avancemos de modo sincero e construtivo e estejamos à altura das expectativas", acrescentou.
O encontro acontece um dia depois de ataques do regime sírio na província rebelde de Idlib, em que morreram sete civis, balanço mais alto desde a entrada em vigor do cessar-fogo negociado no mês passado por Ancara (que apoia os rebeldes) e Moscou (aliada do regime).
O acordo previa a implantação de uma zona desmilitarizada de 15 a 20 quilômetros para separar os territórios rebeldes de Idlib das regiões governamentais.
Durante a reunião de cúpula, os líderes devem "estudar fórmulas novas para trazer uma solução política" para o conflito, que já deixou 360 mil mortos e milhões de desalojados, segundo Ancara.
Neste sentido, a formação de um Comitê Constitucional, apoiado pela ONU, para elaborar uma nova Carta Magna se perfila como um dos principais desafios. O enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, que lamentou a paralisação do plano da ONU ontem, também participa da reunião em Istambul.
"O que está em jogo aqui hoje é a estabilidade da Síria, para evitar um novo desastre humanitário", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, no Twitter, antes do início do encontro.
- 'Enfoques distintos' -Embora não se esperem grandes anúncios após a reunião, a mesma é uma oportunidade para que os líderes busquem um campo de entendimento.
Turquia e Rússia formam, com o Irã, um trio ineludível em campo, onde estes três países, com interesses próprios, investiram grandes recursos militares.
Já França e Alemanha formam, com outros cinco países, incluindo os Estados Unidos, o "pequeno grupo" sobre a Síria, que trabalha por uma solução política, embora seus esforços sejam ofuscados pelo processo de Astana, liderado por Ancara, Moscou e Teerã.
"Há enfoques distintos, mas, a grosso modo, todos desejam, naturalmente, encontrar uma solução política para a Síria", assinalou ontem o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que pediu uma "harmonização de posições" durante a reunião.
Os quatro países também devem discutir a reconstrução da Síria, mas a ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, advertiu hoje que a mesma não pode acontecer "em favor da ditadura de Assad".
Dois importantes personagens do conflito na Síria - Irã e Estados Unidos - estarão ausentes hoje. Macron conversou esta semana com o presidente americano, Donald Trump, para definir posições.
O encontro também acontece em um momento de comoção, após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul.
Antes da reunião de hoje, Erdogan teve reuniões bilaterais com seus convidados. Segundo a imprensa turca, eles conversariam sobre o caso Khashoggi.
Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, também reuniram-se antes do início do encontro de cúpula, e concordaram em manter "uma posição coordenada em nível europeu" sobre as eventuais sanções à Arábia Saudita pelo assassinato do jornalista, indicou o Palácio do Eliseu.
Os dois líderes buscaram aparar as arestas, depois que Macron acusou implicitamente a Alemanha de demagogia ontem, por pedir aos europeus a interrupção da venda de armas à Arábia Saudita.
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