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Israelenses escolhem prefeitos e Colinas de Golã participam pela primeira vez

30/10/2018 19h57

Jerusalém, 30 Out 2018 (AFP) - Os israelenses compareceram às urnas nesta terça-feira (30) para escolher seus prefeitos, em eleições municipais nas quais um político ligado ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenta vencer em Jerusalém e as Colinas de Golã participaram pela primeira vez.

A participação foi de 54%, superior aos 50,9% das eleições municipais anteriores, em 2013, segundo dados oficiais publicados às 20H30 GMT (17H30 horário de Brasília), após o fechamento dos colégios eleitorais. Os resultados serão divulgados na quarta-feira.

Em Jerusalém, a participação foi um pouco superior à de 2013, com 34%.

Quase 6,6 milhões de israelenses estavam registrados para votar nesta terça-feira. As autoridades mobilizaram 16.000 agentes das forças de segurança e voluntários para garantir a proteção.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, votou em Jerusalém no fim da manhã.

Embora alguns dirigentes tenham utilizado o mandato municipal para entrar na política nacional, as eleições municipais em Israel, que acontecem a cada cinco anos, são consideradas um processo de interesse local.

As eleições desta terça-feira se destacaram porque, pela primeira vez, foram celebradas votações municipais nas quatro localidades dos drusos nas Colinas de Golã, um território sírio ocupado parcialmente em 1967 e anexado por Israel em 1981, sem ter o reconhecimento da comunidade internacional.

As votações aconteceram em Majdal Shams e Ein Qiniya, enquanto foram anuladas em Buq'ata e Masaadeh, onde os candidatos se retiraram frente à oposição dos dirigentes religiosos drusos. O Ministério do Interior nomeará os prefeitos, como se fazia antes.

As eleições acontecem depois que os moradores pediram na justiça o direito de escolher seus prefeitos, para tentar melhorar os serviços municipais.

Até agora os dirigentes municipais destas colônias eram designados por membros de um conselho local, nomeado pelo Ministério do Interior de Israel.

A organização das eleições provocou muita polêmica: vários moradores das localidades, com forte sentimento de ligação com a Síria, temem que isto ajude a legitimar a presença israelense nesta região ocupada.

Alguns habitantes pediram um boicote das eleições e três políticos retiraram suas candidaturas.

Uma polêmica parecida acontece em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade, ocupada por Israel desde 1967.

Embora não possam votar nas eleições gerais em Israel, os palestinos de Jerusalém Oriental, que não têm nacionalidade israelense, podem votar nas municipais.

Muitos deles, no entanto, boicotam as eleições para não reconhecer o controle das autoridades israelense sobre esta parte de Jerusalém, que esperam ver transformada na capital de um futuro Estado palestino.

Entre os poucos palestinos binacionais que disputam as eleições o destaque é Ramadan Dabash, que tem nacionalidade israelense e já foi integrante do Likud, o partido conservador e nacionalista de Netanyahu.

Seis candidatos disputam a prefeitura de Jerusalém, o que torna bastante provável a necessidade de segundo turno em 13 de novembro caso nenhum dos aspirantes receba mais de 40% dos votos.

Após dois mandatos, o atual prefeito, o conservador Nir Barkat, não disputa o pleito e espera ser eleito como deputado.

Netanyahu apoia o atual ministro de Assuntos de Jerusalém, Zeev Elkin, que enfrenta outros dirigentes de peso, como o ultraortodoxo Mosheh Leon e o candidato laico Ofer Berkovitch.