EUA estão em negociações com rebeldes no Iêmen
AL KHARJ, Arabie saoudite, 5 Set 2019 (AFP) - Os Estados Unidos estão negociando com os rebeldes xiitas huthis no Iêmen, visando a uma solução para a guerra neste país - informou o secretário de Estado assistente para o Oriente Médio, David Schenker, nesta quinta-feira (5).
É a primeira vez que um oficial americano menciona publicamente que estão sendo realizadas conversas entre o governo do presidente Donald Trump e os rebeldes huthis do Iêmen, que controlam a capital do país, Sanaa, e grandes áreas do norte do território.
"Estamos em negociações com os huthis, na medida do possível, para tentar encontrar uma solução negociada mutuamente para o conflito", disse David Schenker a repórteres.
"Nós nos concentramos nos esforços para acabar com a guerra no Iêmen", disse o diplomata em entrevista coletiva na base aérea de Al Jarj, ao sul de Riad.
"Trabalhamos com o enviado da ONU no Iêmen, Martin Griffiths, e estamos em contato próximo com nossos parceiros sauditas", acrescentou.
A Arábia Saudita lidera uma coalizão que intervém militarmente no Iêmen desde março de 2015 contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
O "Wall Street Journal" informou na quarta-feira que os Estados Unidos estavam se preparando para iniciar negociações diretas com os huthis.
"Não confirmamos nem negamos, mas estamos abertos a todos, com exceção da entidade sionista", disse um líder huthi, Hamid Assem, referindo-se a Israel.
"O fato de os Estados Unidos dizerem que estão falando conosco é uma grande vitória para nós e prova que estávamos certos", afirmou Assem por telefone de Dubai.
A equipe de negociadores americanos deve ser liderada por Christopher Henzel, um diplomata veterano que se tornou o primeiro embaixador de Trump no Iêmen em abril, relata o WSJ.
Sob o governo de Barack Obama, as autoridades americanas mantiveram breves contatos com os huthis, em junho de 2015, para convencê-los a participar das negociações de paz patrocinadas pela ONU em Genebra.
A conferência de Genebra, bem como outras negociações patrocinadas pela ONU, falharam em acabar com o conflito.
Desde 2014, os combates deixaram milhares de mortos, incluindo inúmeros civis, além de uma causarem uma grave crise humanitária.
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