Sánchez quer maioria clara em novas eleições na Espanha
Madri, 18 Set 2019 (AFP) - O primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, incapaz de reunir apoios externos para um governo, pediu nesta quarta-feira uma maioria ampla para comandar o país, que em novembro organizará suas quartas eleições em quatro anos.
Cinco meses depois de vencer as eleições de 28 de abril, mas sem maioria absoluta, com 123 deputados de 350, o líder socialista culpou os conservadores do Partido Popular, os liberais do Cidadãos e a esquerda radical do Podemos pelo bloqueio de seu governo.
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Após uma rodada de consultas com o rei, responsável por solicitar a formação de um Executivo, Sánchez reconheceu na terça-feira à noite não ter reunido o apoio necessário no Congresso.
Como era o único candidato com possibilidades de tomar posse como chefe de Governo, o Parlamento deve anunciar sua dissolução na próxima semana para que novas eleições sejam convocadas em 10 de novembro, o quarto processo eleitoral em quatro anos de instabilidade e fragmentação política no país.
"Espero que os espanhóis concedam uma maioria mais robusta, em caso de vitória do Partido Socialista, para que vocês não tenham a capacidade de bloquear a formação de um novo governo, que é o que a Espanha necessita", afirmou aos deputados da oposição durante um debate no Congresso.
No poder desde junho de 2018, quando desbancou o conservador Mariano Rajoy com uma moção de censura, Sánchez pediu estabilidade diante dos desafios da desaceleração econômica mundial, do Brexit e de uma provável escalada da crise catalã com o anúncio em breve da sentença contra os líderes independentistas que estimularam a tentativa de secessão de 2017.
Pablo Casado, líder do Partido Popular, o segundo maior do país, criticou a "irresponsabilidade" de Sánchez por querer "seguir para eleições desde o início, enganando os espanhóis durante cinco meses".
"Por isto não buscou o acordo com nenhum partido nesta Câmara e tratou a oposição com sua habitual soberba", alfinetou.
Em julho, Sánchez perdeu duas votações para tomar posse depois que as negociações precipitadas de poucos dias com o o Podemos fracassaram porque a esquerda radical considerou insuficiente o espaço oferecido em um governo coalizão.
O socialista propôs apenas um acordo de programa, mas com um Executivo apenas de seu partido. A posse também dependia dos partidos nacionalistas bascos e separatistas catalães.
As pesquisas apontam uma nova vitória socialista em novembro, mas outra vez sem maioria absoluta.
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