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Guaidó vai à Colômbia para reunião com secretário de Estado dos EUA

Líder da oposição venezuelana Juan Guaidó durante sessão da Assembleia Nacional da Venezuela, realizada em um anfiteatro de Caracas -
Líder da oposição venezuelana Juan Guaidó durante sessão da Assembleia Nacional da Venezuela, realizada em um anfiteatro de Caracas

19/01/2020 19h14

O opositor venezuelano Juan Guaidó voltou a desafiar a proibição de deixar o país e viajou para a Colômbia, onde se reunirá com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo - informou um deputado neste domingo (19).

Reconhecido como presidente encarregado por cerca de 50 países, Guaidó confirmou hoje sua chegada à Colômbia. Além de Pompeo, ele também se reunirá, esta tarde, com o presidente anfitrião, Iván Duque. Junto com Washington, este último lidera a pressão internacional contra Maduro.

"Já na #Colômbia", tuitou Guaidó, agradecendo a Duque por seu "apoio à luta".

"Geraremos as condições que nos levarão à Liberdade", afirmou Guaidó, antecipando uma volta à Venezuela "cheia de boas notícias".

Pelo Twitter, Duque informou que terá um "encontro de trabalho" com o opositor venezuelano e anunciou que participarão, na segunda-feira, da Cúpula Hemisférica de Luta contra o Terrorismo.

Ele se encontrará com Pompeo em Bogotá, onde o secretário de Estado dos EUA inicia, nesta segunda-feira, uma viagem pela América Latina e pelo Caribe, confirmou à AFP o congressista Stalin González.

"É o líder eleito da Venezuela, tenho pressa de me reunir com ele", confirmou o chefe da diplomacia americana aos jornalistas que o acompanham no avião que faz o trajeto entre Berlim, onde Pompeo participou de uma conferência internacional sobre a Líbia, e Bogotá.

"Nossa missão na Venezuela não mudou. Estamos convencidos de que os venezuelanos merecem um 2020 melhor do que o que viveram em 2019. Maduro tem sido destrutivo. Milhões de pessoas tiveram que deixar o país para ir ao país aonde estou viajando, a Colômbia", afirmou Pompeo.

"Nossa missão é chegar a eleições livres e justas para que os venezuelanos possam ter votações presidenciais representativas e que a economia venezuelana possa se recompor", acrescentou.

Pompeo antecipou que aproveitará a viagem para agradecer ao presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, pela "constante condenação (...) aos abusos de Maduro" e por acolher quem foge do "regime" de Daniel Ortega na Nicarágua, a quem considera outros dos integrantes da "troica da tirania", ao lado de Venezuela e Cuba.

"Solução para a crise"

Stalin González não disse quando, nem por qual meio Guaidó viajou. Sobre ele pesa uma proibição de saída do país, em meio a uma série de investigações penais e administrativas por parte das autoridades venezuelanas.

De acordo com a imprensa venezuelana, o presidente do Parlamento cruzou clandestinamente a fronteira com a Colômbia. Ela permanece fechada desde 2015.

Pompeo antecipou que aproveitará a viagem pelo Caribe para agradecer ao presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, pela "constante condenação aos abusos de Maduro" e por acolher quem foge do "regime" de Daniel Ortega, na Nicarágua.

Guaidó já havia desafiado a proibição de saída do país em fevereiro de 2019, após sua fracassada tentativa de fazer doações dos Estados Unidos ingressarem na Venezuela.

Nessa oportunidade, o opositor visitou vários países da região e retornou, procedente da Colômbia, pelo aeroporto de Maiquetía.

Era grande a expectativa sobre sua possível detenção. Segundo o governo Maduro, Guaidó desembarcou com a ajuda de paramilitares e de narcotraficantes colombianos, o que ele nega.

Sua viagem coincide com um novo pico da maior crise política e socioeconômica da Venezuela. De acordo com a ONU, a situação atual já levou à saída de 4,5 milhões de pessoas do país. Esse fluxo migratório se dirigiu, em especial, para Colômbia, Equador e Peru.

Maduro se propõe a realizar eleições parlamentares este ano, com o objetivo de recuperar o controle da Assembleia. Este é o único poder nas mãos da oposição, mas Guaidó já antecipou que não vai se prestar a participar de uma farsa.

O opositor exige a realização de eleições presidenciais, pois considera que a reeleição de Maduro em 2018 foi "fraudulenta", e para tanto reivindica a renovação do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral.