Guaidó considera "inverossímil" negociação com governo de Maduro
Caracas, 11 jan (EFE).- O líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, disse neste sábado que considera "inverossímil" uma negociação com o governo do presidente Nicolás Maduro, embora uma delegação da Noruega - que já intermediou diálogos anteriores - esteja no país.
"No fim das contas, não é que não queiramos uma negociação, é que a vemos como inverossímil porque estes senhores (do governo) já fizeram piada de nós outras vezes", comentou em reunião em Caracas.
A própria equipe de comunicação de Guaidó informou na sexta-feira passada sobre a visita da delegação norueguesa, embora na ocasião tenha se recusado a reabrir um processo de diálogo com o governo de Maduro e se recusado a se reunir com a comissão porque acredita que o governo "impediu qualquer solução negociada".
Várias possibilidades sobre a mesa
Guaidó explicou que para os cidadãos é "evidente" que existem várias possibilidades de acabar com a chamada revolução bolivariana, no poder desde 1999, e ressaltou que o importante é "sair disso".
Segundo o líder opositor, se for garantido "que amanhã isto acabou", ele aceitaria. Para Guaidó, o problema não é querer uma negociação, mas não confiar nela.
Mais tarde, quando perguntado por jornalistas, disse que "os mecanismos para superar a tragédia devem ter condições: respeitando o povo e respeitando a palavra".
"Fomos muito claros, neste momento não há condições para nenhum tipo de farsa", afirmou em alusão a um possível diálogo.
Não houve contato
Questionado se "houve contato direto" com o governo, respondeu com um categórico "não".
O Centro Nacional de Comunicação (CNC) de Guaidó assegurou na sexta-feira que "o processo (de negociação) de Oslo-Barbados foi encerrado" e que, portanto, não vão "participar de nenhuma reunião".
Guaidó, que é reconhecido por mais de 50 governos como presidente interino da Venezuela, anunciou em setembro passado a saída do processo intermediado pela Noruega, um mês e meio após o governo de Maduro fazer o mesmo.
Precedentes pouco otimistas
Maduro suspendeu as negociações em Barbados em agosto porque Guaidó "celebra, promove e apoia" as sanções do governo dos Estados Unidos contra funcionários do governo e empresas venezuelanas.
No início de setembro, Maduro impôs uma condição para o reinício das negociações: que Guaidó voltasse atrás na suposta "intenção de entregar" o Essequibo, território disputado por Guiana e Venezuela.
Entre setembro de 2017 e janeiro de 2018, governo e oposição se sentaram à mesa de diálogo na República Dominicana, mas as conversas não deram frutos e Maduro acabou convocando eleições que não foram reconhecidas por grande parte da comunidade internacional. EFE
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