Alemanha se diz disposta a aplicar 'solidariedade europeia', mas sem 'coronabonds'
Frankfurt am Main, 31 Mar 2020 (AFP) - A Alemanha está disposta a empregar a "solidariedade europeia", mas continua a rejeitar uma mutualização da dívida para lidar com a pandemia de coronavírus na zona do euro, declarou nesta terça-feira o ministro das Finanças, Olaf Scholz.
"Estamos prontos para a solidariedade, mas uma solidariedade bem pensada", disse o ministro, também vice-chanceler, membro do SPD (partido social-democrata).
Olaf Scholz também pediu a mobilização dos recursos orçamentários da União Europeia como uma prioridade para os países "com as necessidades mais importantes", tanto do ponto de vista econômico quanto de saúde.
Mas reiterou a recusa de Berlim em aplicar "coronabonds", um instrumento de dívida coletiva entre os 19 países da zona do euro que vários países, incluindo França, Espanha e Itália, pediram para enfrentar a crise econômica causada pela pandemia de COVID-19.
Na quinta-feira, em uma cúpula europeia, a chanceler alemã Angela Merkel manifestou sua oposição ao mecanismo e insistiu em lidar com a crise com as ferramentas já existentes, como o mecanismo de estabilidade europeu.
No dia anterior, em uma carta endereçada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, os líderes de nove países europeus instaram à criação desses "coronabonds" para obter fundos diante da crise.
Vários líderes políticos, incluindo os presidentes regionais da Ligúria e Emília Romagna e numerosos prefeitos, reiteraram esse apelo nesta terça-feira no jornal conservador alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Se "a União Europeia não demonstrar que existe agora, desaparecerá", alertaram os signatários deste texto, exortando a Alemanha a "tomar a decisão certa".
Eles também criticaram a posição da Holanda, o país mais hostil à iniciativa dos "coronabonds", e denunciaram a falta de "ética" e "solidariedade" dos países do norte da Europa.
fcz/dac/es/jz/mr
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