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EUA oferece recompensa de até US$ 10 mi por dados sobre ex-chefes das FARC

Governo colombiano de Iván Duque sustenta que Santrich (foto) e Márquez se escondem na Venezuela - Jaime Saldarriaga/Reuters
Governo colombiano de Iván Duque sustenta que Santrich (foto) e Márquez se escondem na Venezuela Imagem: Jaime Saldarriaga/Reuters

18/06/2020 13h11

Os Estados Unidos oferecem recompensas de até US$ 10 milhões por informações sobre dois ex-chefes das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Jesús Santrich e Iván Márquez, fugitivos da justiça, disse hoje o secretário de Estado, Mike Pompeo.

"Ambos são ex-líderes das FARC que abandonaram o processo de paz e têm um longo histórico de participação em atividades de tráfico de drogas, o que levou a suas acusações penais", afirmou Pompeo.

O chefe da diplomacia americana disse que os EUA compartilham da preocupação da Colômbia de que o governo de Nicolás Maduro na Venezuela "esteja fornecendo apoio a grupos armados ilegais da Colômbia".

Santrich e Márquez, cujos nomes verdadeiros são Seuxis Hernández Solarte e Luciano Marín Arango, foram acusados em 26 de março nos EUA de "narcoterrorismo, corrupção, narcotráfico e outras acusações criminais" junto a Maduro e mais de uma dúzia de funcionários e ex-funcionários venezuelanos.

"Por mais de 20 anos, Maduro e vários colegas do alto escalão supostamente conspiraram com as FARC, causando a entrada de toneladas de cocaína e devastando as comunidades americanas", disse o procurador-geral, Bill Barr, ao anunciar as acusações.

O Departamento de Estado ofereceu então recompensas milionárias por vários dos acusados, entre eles por Maduro (de até US$ 15 milhões) e por Márquez (de até US$ 5 milhões).

Márquez, ex-número dois das FARC e principal negociador dos rebeldes no acordo de paz de 2016, foi expulso em 4 de outubro do Tribunal Especial da Paz da Colômbia por ter voltado a pegar as armas, perdendo benefícios da justiça de transição e passou a ser considerado fugitivo da justiça comum.

Santrich já havia sido expulso desse mesmo tribunal em 13 de setembro.

No final de agosto, ambos rebeldes apareceram em um vídeo publicado nas redes sociais vestidos com roupas militares junto a outros 17 dissidentes, para anunciar que voltaram a pegar em armas, citando "traição do Estado" em relação ao pacto com o governo do ex-presidente Juan Manuel Santos.

O atual governo colombiano de Iván Duque sustenta que Márquez e Santrich se escondem na Venezuela onde, segundo versões oficiais, também estão os líderes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa reconhecida na Colômbia.