EUA desiste de suspender vistos de estudantes estrangeiros com aulas remotas
Nova York, 14 Jul 2020 (AFP) - O governo do presidente americano, Donald Trump, desistiu de suspender os vistos de estudantes universitários estrangeiros que precisarem acompanhar as aulas remotamente devido à pandemia do novo coronavírus, informou nesta terça-feira (14) uma juíza federal de Boston.
A decisão, adotada em 6 de julho pela polícia migratória (ICE), foi contestada na justiça por 18 estados e o Distrito de Columbia, a Universidade de Harvard e o MIT, com o apoio de outras universidades e sindicatos de professores.
"As partes chegaram a uma solução (...) o governo aceitou anular a decisão", informou a juíza Allison Burroughs em uma audiência curtíssima que devia tratar da demanda de Harvard e MIT.
A juíza não deu maiores detalhes sobre as razões desta volta atrás do governo, mas o anúncio pegou a todos de surpresa.
Milhares de estudantes estrangeiros corriam o risco de ser deportados dos Estados Unidos, epicentro mundial da pandemia do novo coronavírus porque suas universidades só oferecerão cursos online a partir do próximo semestre.
Harvard e MIT foram as primeiras instituições a fazer frente à decisão da polícia migratória na quarta-feira passada, quando pediram à justiça para bloquear esta ordem, que qualificaram de "arbitrária".
"Parece que foi desenhada de propósito para pressionar as universidades a fim de que abram seus campi para aulas presenciais neste outono, ignorando as preocupações com a saúde e a segurança de estudantes, professores e outros", disse o presidente de Harvard, Lawrence Bacow.
Trump, que fez da luta contra a imigração uma marca registrada de seu mandato e aposta na reativação da economia para se reeleger em novembro, pede incansavelmente a reabertura das escolas e universidades.
Os Estados Unidos têm cerca de um milhão de estudantes estrangeiros (5,5% do total), e muitas instituições dependem em grande medida de seus pagamentos.
cat/lbc/lda/mvv
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