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América Latina supera 6 milhões de casos de covid-19 e provoca restrições na Europa

Movimentação na rua General Carneiro, na cidade São Paulo, nesta sexta (07) no período de isolamento social (quarentena), após flexibilização do comércio, durante a pandemia causada pela COVID-19 (Coronavírus). Após 5 meses de pandemia, o Brasil se aproxima da marca de 100 mil mortos pelo vírus. 07/08/2020 - Foto: FERNANDA LUZ/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - FERNANDA LUZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação na rua General Carneiro, na cidade São Paulo, nesta sexta (07) no período de isolamento social (quarentena), após flexibilização do comércio, durante a pandemia causada pela COVID-19 (Coronavírus). Após 5 meses de pandemia, o Brasil se aproxima da marca de 100 mil mortos pelo vírus. 07/08/2020 - Foto: FERNANDA LUZ/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Imagem: FERNANDA LUZ/ESTADÃO CONTEÚDO

15/08/2020 13h44

América Latina e Caribe, a região mais afetada do mundo pelo coronavírus, superaram neste sábado a marca de seis milhões de contágios, enquanto a Europa acelera a adoção de novas restrições ante o temor de uma segunda onda.

Nos últimos sete dias, quase metade das mortes no mundo por COVID-19 aconteceram na América Latina e Caribe, região que contabiliza 237.829 vítimas fatais desde o início da pandemia, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais.

Esta região, que entre 8 e 14 de agosto também registrou a maior quantidade de casos, alcançou 6.024.138 contágios neste sábado.

O Brasil, com 3,2 milhões de casos e 106.523 mortos, é o país mais afetado da região. Apesar do balanço, os principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, incluindo o Cristo Redentor, reabriram para o público neste sábado, após cinco meses de interrupção das atividades.

"A reabertura do Cristo simboliza a reabertura do Brasil ao turismo", disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Os visitantes devem usar máscara, manter a distância mínima de dois metros e não poderão deitar no chão, algo habitual entre as pessoas que buscavam o melhor ângulo para fotos diante da estátua gigantesca.

A pandemia não reduziu a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que menosprezou a doença e criticou as medidas de confinamento, mas registra o maior índice de popularidade desde que chegou ao poder, de acordo com uma pesquisa divulgada na sexta-feira.

Depois do Brasil, a lista de países mais afetados da região inclui Peru (516.296 casos e 25.856 óbitos) e México (511.369 infectados e 55.908 mortos).

O país andino registra o balanço mais grave em termos proporcionais, com 784 mortes para cada milhão de habitantes (a população total é de 32,9 milhões). O Brasil registra 501 falecimentos por milhão de pessoas, entre uma população de 212 milhões.

A Argentina ampliou o isolamento social até 30 de agosto, com alguma flexibilidade em Buenos Aires e mais rigor nas províncias em que o vírus está em aceleração - o país registra 5.500 mortes.

O Equador, que superou neste sábado a marca de 100.000 casos, prorrogou até 13 de setembro o estado de exceção em vigor desde março.

Retrocessos na Europa

O novo coronavírus matou mais de 760.000 pessoas em todo o planeta e mais de 21,2 milhões foram infectadas.

Estados Unidos lideram, com folga, a lista de países com os piores números, com 168.446 mortos e 5,3 milhões de casos.

Mas na Europa, que está no meio do verão, o medo aumenta com uma possível segunda onda do vírus e países como França e Reino Unido intensificaram neste sábado a imposição de novas medidas preventivas.

O conjunto de medidas marca uma desaceleração abrupta no processo de flexibilização do confinamento iniciado em meados de maio em grande parte do continente, após a primeira onda letal de coronavírus.

A prefeitura de Paris ampliou neste sábado o número de zonas da cidade com uso obrigatório de máscara, poucos dias depois de adotar pela primeira vez esta restrição que já estava em vigor em várias cidades europeias.

"Desde meados de julho, todos os indicadores mostram que o vírus circula novamente de maneira mais ativa na região", afirmou a prefeitura ao justificar a medida.

A celebração de Nossa Senhora da Assunção, que reúne habitualmente 25.000 fiéis em Lourdes (sudoeste da França), uma das peregrinações mais importantes da cristandade, acontece neste sábado com fiéis obrigados a usar máscara.

Quase 5.000 peregrinos compareceram à basílica de São Pio X, uma gigantesca igreja subterrânea, que tem capacidade para receber um número cinco vezes maior de pessoas.

Em consequência da nova onda de contágios na França, o Reino Unido passou a aplicar a partir deste sábado uma quarentena de 14 dias aos viajantes procedentes deste país, assim como da Holanda e Malta. A medida já estava em vigor para Espanha, Bélgica, Andorra e Bahamas

Na Espanha, com 3.000 infecções diárias nos últimos dois dias, o governo decretou na sexta-feira a proibição de cigarro nas ruas, exceto quando for possível observar a distância de segurança de dois metros, assim como o fechamento de discotecas e bares noturnos.

A situação ameaça até a Liga Espanhola, com pelo menos sete clubes da primeira divisão já afetados por casos da doença antes do início da próxima temporada, previsto para 12 de setembro.

Na Ásia, a Coreia do Sul reforçou as restrições em Seul e seus arredores, no momento em que o país registra o maior número diário de novas infecções em mais de cinco meses.

Rússia produz sua vacina

Diante de um vírus que não dá trégua, a esperança passa por uma vacina.

As autoridades russas anunciaram neste sábado avanços na produção de sua vacina Sputnik V.

"O primeiro lote da nova vacina contra o coronavírus foi produzido no Centro de Pesquisas Gamaleya", afirma o ministério da Saúde da Rússia em um comunicado, a respeito do fármaco anunciado na terça-feira pelo presidente Vladimir Putin.

Cientistas ocidentais, no entanto, expressaram ceticismo e prosseguem com diversos projetos de vacinas.

Na América Latina, Argentina e México anunciaram durante a semana um acordo para produzir, em todo continente, a vacina em estudo pelo laboratório AztraZeneca e a Universidade de Oxford.

O Brasil não integra o projeto por ter os próprios acordos com laboratórios e universidades.

O governo dos Estados Unidos, que investiu mais de 10 bilhões de dólares em seis projetos de vacinas e assinou contratos que garantem a entrega de centenas de milhões de doses em caso de êxito, prometeu vacinar os americanos de maneira gratuita.