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Novos bombardeios de Israel contra alvos do Hamas em Gaza

21/08/2020 12h34

Gaza, Territórios palestinos, 21 Ago 2020 (AFP) - O Exército israelense voltou a bombardear alvos do Hamas na Faixa de Gaza na manhã desta sexta-feira (21), após o lançamento de foguetes e balões incendiários do enclave palestino em direção ao sul de Israel, parcialmente fechado pelas forças de segurança.

A aviação israelense bombardeou Gaza pouco depois da meia-noite e na manhã desta sexta-feira, em resposta ao lançamento de sete foguetes de Gaza, seis dos quais foram interceptados pelo escudo antimíssil Iron Dome.

De acordo com testemunhas em Gaza, um enclave controlado pelo movimento islâmico Hamas, os foguetes foram disparados na cidade israelense de Sderot, localizada ao norte da fronteira. Devido a esses disparos, as autoridades israelenses restringiram o acesso a cidades como Sderot.

Um foguete atravessou o telhado de uma casa, sem causar vítimas, segundo um fotógrafo da AFP. A polícia israelense também bloqueava o acesso à praia de Zikim, no norte da Faixa de Gaza.

O Hamas "não hesitará em lutar com o inimigo se a escalada, os bombardeios e o bloqueio continuarem" declarou em um comunicado Fawzi Barhum, porta-voz do movimento islamita que controla Gaza desde 2007.

Nesta semana, o ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, acusou o Hamas de "brincar com fogo" e advertiu que Israel responderia qualquer ataque "à sua soberania".

- Mediação frustrada -Israel bombardeou a Faixa de Gaza quase todas as noites desde 6 de agosto em resposta ao lançamento de balões incendiários ou até mesmo disparos de foguetes. Também reforçou o bloqueio a Gaza, em vigor há mais de uma década, proibindo os pescadores de Gaza de sair para o mar e fechando a única passagem de mercadorias entre o enclave e Israel.

Os disparos são produzidos após a visita a Gaza e Israel de uma delegação do Egito, país árabe limítrofe deste território palestino que assinou a paz com o Estado hebreu em 1979. O Egito atuou como intermediário no ano passado, junto com a ONU e o Catar, para assinar uma trégua entre os dois lados.

Mas, apesar dessa trégua, que prevê uma ajuda financeira mensal de cerca de 30 milhões de dólares pagos pelo emirado do Catar a Gaza, confrontos esporádicos acontecem entre o Hamas e Israel.

Segundo fontes coincidentes, nos últimos meses, foguetes e balões incendiários foram lançados contra Israel para tentar forçá-lo a permitir o trânsito desse dinheiro e tentar levantar o bloqueio.

De acordo com uma fonte próxima ao Hamas, este movimento deseja uma "extensão da zona industrial ao leste de Gaza", a construção de uma nova linha de energia para o enclave e duplicar --para 10.000-- o número de trabalhadores de Gaza que podem cruzar a fronteira para trabalhar em Israel, uma vez que as medidas anti-COVID forem levantadas.

Desde 2008, Gaza é palco de três guerras sangrentas entre Israel e os movimentos armados palestinos. Mais de dois milhões de pessoas vivem no enclave palestino, a maioria delas refugiadas e quase 80% depende de ajuda humanitária, segundo dados da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos.

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