Laura passa rapidamente por Cuba e avança rumo aos Estados Unidos
Havana, 25 Ago 2020 (AFP) - A tempestade tropical Laura, que pode se tornar furacão na terça-feira, passava nesta segunda-feira (24) pela região central de Cuba depois de causar pelo menos 24 mortes no Haiti e na República Dominicana, enquanto avança rumo aos Estados Unidos, que já está sob ameaça do ciclone enfraquecido Marco.
Laura provoca chuvas e invasão do mar no território cubano, sem grandes danos relatados, embora ainda ameace adiantar as previsões e subir à categoria de furacão antes de deixar a ilha.
"A tempestade está mais organizada, porque está cruzando o golfo de Batabano (costa sul de Cuba), que é uma fonte de água quente, com temperaturas de 31 a 32 graus Celsius, e isso lhe dá energia", declarou o meteorologista José Rubiera à TV Cubana.
Sua velocidade de deslocamento caiu de 33 para 31 km/h. Apesar disso, "a movimentação de Laura é bastante rápida", acrescentou Rubiera, que mais cedo não descartou que possa se tornar um furacão de categoria 1 antes do previsto.
No Haiti, Laura deixou neste domingo um balanço de 20 mortos: um bebê, uma criança de oito anos, dez homens e oito mulheres, segundo informes oficiais. Na República Dominicana, com a qual o Haiti divide a ilha Hispaniola, Laura deixou quatro mortos.
Por enquanto, a previsão é de que ganhe força assim que entrar no Golfo do México, rumo aos Estados Unidos.
"Depois de passar por Cuba é praticamente certo, quando entrar no Golfo do México, que já seja um furacão", acrescentou Rubiera.
Essa previsão coincide com a do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), que prevê que Laura se torne furacão entre terça e quarta-feira e alcance o litoral dos EUA.
Enquanto isso, o furacão Marco perdeu força e foi rebaixado para tempestade na noite de domingo, produzindo "chuvas fortes e rajadas de vento ao longo de setores da costa norte do Golfo" do México, segundo o NHC.
É esperado na costa sudeste de Louisiana no final desta segunda-feira, onde deve perder ainda mais intensidade, se transformando em uma depressão tropical.
- A trajetória-O centro da tempestade passou por Santiago de Cuba, atravessou o Granma para sair no golfo de Guacanayabo. Seguiu pelo mar em paralelo à costa sul do centro do país e se encontrava à altura de Cienfuegos.
Em sua passagem, leva chuvas, marés altas e inundações costeiras, embora não se tenham informado danos pessoais.
Um total de 334.000 pessoas foram evacuadas em toda a ilha para lugares seguros, de acordo com números preliminares da Defesa Civil.
Espera-se que o centro da tempestade volte a tocar terra no oeste de Cuba entre a tarde e a noite desta segunda-feira, para atravessar brevemente a ilha de sul a norte e voltar a sair ao mar na madrugada de terça-feira, possivelmente por Pinar del Río em sentido noroeste, segundo um prognóstico.
Ventos e chuvas associados ao ciclone também afetariam de forma fraca e sem grandes penetrações costeiras a capital, Havana, no último trecho antes de se afastar de Cuba.
"O ciclone Laura nos ameaça e estamos fazendo um muro de contenção porque esta parte daqui se inunda sempre e há invasão do mar", disse à AFP o pedreiro Raúl Nodal, de 64 anos, no bairro de Centro Havana.
- Evacuações preventivas-As chuvas de Laura já castigaram as regiões de Guantánamo e Santiago de Cuba, no leste do país. O ciclone causou rajadas de até 146 km por hora e ondas de mais de 3 metros na cidade de Maisi, no extremo oriente da ilha.
Entre Guantánamo, Santiago de Cuba, Granma e Camagüey, cerca de 200.000 pessoas foram evacuadas preventivamente, de acordo com relatos das autoridades provinciais. Também houve evacuações menores na província de Las Tunas (centro-oeste) e Ciego de Ávila.
À medida que Laura se aproxima do ocidente de Cuba, os trabalhos de proteção da população se complicam, porque esta é a área mais afetada pelo ressurgimento da pandemia de COVID-19, especialmente em Havana, seu atual epicentro.
Cuba ainda mantém a pandemia sob controle, com 3.717 casos registrados até domingo e 91 mortos.
Devido às passagens de Laura e Marco, 114 plataformas de petróleo do Golfo do México foram evacuadas.
A temporada de ciclones no Atlântico, que vai até novembro, pode ser especialmente severa este ano. O Centro Nacional de Furacões dos EUA espera 25 e Laura é a décima segunda até agora.
amb/ia/llu/gm/mav/cb/ltl/fp/aa/mvv/am
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.