Berlim proíbe protesto 'antimáscaras' e contra medidas de proteção da covid-19
A cidade de Berlim, capital da Alemanha, decidiu nesta quarta-feira (26) proibir uma manifestação de opositores ao uso de máscaras e às medidas restritivas contra a pandemia de covid-19, o que gerou indignação na extrema-direita.
As autoridades da capital alemã justificaram sua decisão de proibir esta manifestação, prevista para sábado (29), devido à impossibilidade de se respeitar a distanciamento de pelo menos 1,5 metro entre os manifestantes, em um contexto de ressurgimento da pandemia no país.
Os organizadores da manifestação ainda podem apresentar um recurso de apelação à proibição.
Uma manifestação anterior de opositores às medidas contra a epidemia reuniu cerca de 20 mil pessoas em 1º de agosto, em uma marcha heterogênea, que reuniu ativistas antivacinas, adeptos das teorias da conspiração e simpatizantes da extrema-direita.
O ato foi interrompido pela polícia, já que os manifestantes, após vários pedidos de ordem, não respeitaram os gestos de barreira.
"Esta não é uma decisão contra a liberdade de reunião, e sim a favor da proteção contra infecções", justificou Andreas Geisel, responsável do Interior na prefeitura de Berlim.
A decisão gerou, porém, um escândalo entre a extrema-direita.
"Será que vocês teriam tomado a mesma decisão se esta manifestação fosse 'CONTRA A DIREITA'?", tuitou indignada Alice Weidel, líder da bancada do Alternativa para a Alemanha (AfD) no Bundestag, o Parlamento alemão.
Nas redes sociais, circulam convocações para "resistir" e comparecer à manifestação no sábado, apesar da proibição.
Assim como muitos países europeus, a Alemanha tem enfrentado nas últimas semanas um novo surto da pandemia de coronavírus, com mais de 1.000 novos casos diários e 9.280 mortes desde o início da pandemia.