Amazonas e São Paulo restringem atividades por avanço da covid-19 no Brasil
São Paulo, 25 Jan 2021 (AFP) - O Amazonas aplica medidas restritivas de controle da covid-19 a partir dessa segunda-feira (25) e São Paulo começará a fazer o mesmo à noite, em meio à segunda onda da pandemia que não dá folga ao país, com mais de 217 mil mortes.
O Amazonas, estado brasileiro com proporcionalmente mais mortes pelo novo coronarívus, limita a circulação de pessoas a uma por núcleo familiar para fazer compras e impõe o fechamento de todas as lojas não essenciais até 31 de janeiro.
O sistema de saúde em Manaus, a capital amazonense, entrou em colapso há duas semanas; a falta de oxigênio nos hospitais causou dezenas de mortes e obrigou a evacuação de mais de 200 pacientes para outros estados.
"Estamos em guerra" e sem medidas de confinamento a situação será "muito pior", disse o prefeito de Manaus, David Almeida, em entrevista à AFP neste sábado.
São Paulo, por sua vez, restringirá sua vida noturna às atividades essenciais, de segunda a sexta-feira, a partir das 20h, e por dois finais de semana inteiros. No estado mais rico e populoso do Brasil, a pandemia "mata uma pessoa a cada seis minutos", disse João Gabbardo, coordenador executivo da célula paulista de combate ao novo coronavírus, na semana passada.
O boletim semanal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), prestigiada instituição de pesquisa, indicou neste sábado que o Brasil enfrenta um "cenário preocupante", pois desde o início do ano "nenhum estado apresentou tendência de baixa incidência ou mortalidade" do vírus.
Aponta, ainda, que a ocupação de leitos para adultos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está "em zona de alerta crítico" em muitas capitais e que oito delas apresentam taxa de ocupação "de pelo menos 80%". No Rio de Janeiro, esse índice chega a 99,8% e em Manaus, a 94,1%.
O estado de Rondônia, na região amazônica, anunciou no fim de semana que havia feito um acordo com o governo federal para transferir 543 pacientes afetados pelo covid-19 para outros estados.
Apesar da gravidade da pandemia, o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se opõe às medidas de confinamento, devido ao seu impacto econômico.
Com 211,8 milhões de habitantes, o Brasil começou a vacinar grupos prioritários na semana passada, mas atualmente tem 12,8 milhões de doses de duas vacinas (a chinesa CoronaVac e a britânica da AstraZeneca/ Oxford, que exigem duas aplicações) e a continuidade do processo depende de insumos que devem chegar da China.
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