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Democratas defendem transformação da capital americana em estado

Mais de 712.000 pessoas vivem no Distrito de Columbia, um reduto democrata com população maior do que a de outros dois estados, Wyoming e Vermont - Wikimedia Commons
Mais de 712.000 pessoas vivem no Distrito de Columbia, um reduto democrata com população maior do que a de outros dois estados, Wyoming e Vermont Imagem: Wikimedia Commons

22/03/2021 18h42

Congressistas democratas e o prefeito de Washington defenderam nesta segunda-feira (22) a condição de estado para a capital dos Estados Unidos, proclamando a privação de direitos dos residentes da cidade como uma das mais recentes e flagrantes violações dos direitos civis americanos.

Mais de 712.000 pessoas vivem no Distrito de Columbia, um reduto democrata com população maior do que a de outros dois estados, Wyoming e Vermont, e comparável à de outros dois.

Seus moradores lutam nas guerras dos Estados Unidos e são submetidos a uma pressão fiscal federal maior do que a dos 50 estados. No entanto, embora os moradores de Washington possam votar nas eleições presidenciais, têm negado o voto nas legislativas.

"Todos os americanos merecem ter voz em seu próprio governo", disse a congressista Carolyn Maloney, presidente do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara de Representantes, ao iniciar uma audiência sobre um projeto de lei que transformaria Washington DC no 51º estado americano.

"Impostos sem representação foi o grito de guerra da nossa revolução e continua sendo um grito de guerra", afirmou.

O caminho para alcançar a condição de estado será árduo.

Espera-se que o projeto de lei seja aprovado na Câmara de Representantes, mas é pouco provável que seja aprovado no Senado, que está dividido em partes iguais, e onde se prevê que os republicanos bloqueiem a medida.

Mas os democratas estão aproveitando o controle do Congresso para tomar impulso.

Uma pesquisa recente da Data For Progress mostra que 54% dos possíveis eleitores de todo o país acreditam que Washington DC deveria ser um estado, um nível de apoio recorde.

Com os democratas no controle da Câmara de Representantes, o Senado e a Casa Branca, "nunca estivemos tão perto de ser um estado", disse em uma audiência Eleanor Holmes Norton, que representa o distrito na Câmara como delegada sem voto.

Os partidários desta medida se reuniram nesta segunda em várias regiões da cidade exibindo cartazes.

As autoridades de Washington também colocaram bandeiras americanas perto da Casa Branca com 51 estrelas ao invés das 50 oficiais, acrescentando uma a mais para Washington.

O próprio Biden apoia a iniciativa. "Acredita que merecem ser representados, por isso apoia a estabilidade de DC", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a jornalistas na quinta-feira passada.

Caso venha a se tornar um estado, a capital teria direito a dois senadores americanos e um representante com direito a voto na Câmara.

Visto que Washington se inclina majoritariamente aos democratas, é provável que o partido consiga os três assentos no Congresso.

Os democratas apresentam o projeto de lei como um remédio tardio à privação de direitos perpetuada desde que o Congresso transformou Washington a capital permanente da nação em 1790, e uma questão de direitos civis de longa data para uma cidade na qual quase 50% da sua população é negra.