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Saúde do opositor russo Navalny piora na prisão, alerta advogada

5.fev.2021 - O opositor russo Alexei Navalny numa cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou - AFP/ Moscow"s Babushkinsky district court press service / handout
5.fev.2021 - O opositor russo Alexei Navalny numa cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou Imagem: AFP/ Moscow's Babushkinsky district court press service / handout

24/03/2021 16h07

A advogada do opositor russo Alexei Navalny, que cumpre pena de dois anos e meio de prisão, alertou nesta quarta-feira (24) sobre sua saúde, que piorou desde que ele chegou ao campo de detenção.

Olga Mijailova, uma das principais advogadas do crítico do Kremlin, disse à AFP que Navalny recentemente se queixou de "fortes dores nas costas", acrescentando que na terça-feira começou a não sentir uma das pernas.

O opositor foi atendido por um neurologista, mas este não deu um diagnóstico, limitando-se a lhe dar comprimidos de ibuprofeno, analgésico e anti-inflamatório.

"Este é todo o tratamento dele", preocupou-se a advogada, dando a entender que este medicamento não resolverá o problema de saúde do ativista. "Não sei o que há de errado com ele. Ele deveria consultar um médico de verdade", acrescentou Mijailova.

A advogada disse, ainda, que nesta quarta-feira não pôde visitar seu cliente, que está detido em uma colônia penal em Pokrov, 100 km a leste de Moscou, conhecida como uma das mais duras da Rússia.

Por sua vez, um dos principais colaboradores de Navalny, Leonid Volkov, considerou que a administração penitenciária poderia tentar ocultar uma possível transferência do opositor para a enfermaria.

"Não sabemos onde Alexei Navalny está, ou por que o escondem de seus advogados", escreveu Volkov no Facebook.

Outra colaboradora, Maria Pevshij, disse acreditar "que a vida de Navalny está em perigo e exigimos que eles tenham acesso a seus advogados".

Navalny, de 44 anos, sobreviveu a um envenenamento no ano passado com Novichok, um agente neurotóxico desenvolvido na era soviética para fins militares.

Ao regressar à Rússia em janeiro passado, após convalescença na Alemanha, foi imediatamente detido e condenado em um caso de fraude ocorrido em 2014, que afirma ter motivações políticas.