Movimento contra a junta militar birmanesa apoia a minoria rohingya
Yangon, 13 Jun 2021 (AFP) - Manifestantes contra a junta militar birmanesa inundaram as redes sociais neste domingo(13) com fotos nas quais aparecem vestidos de preto em uma demonstração de solidariedade aos rohingya, um grupo minoritário que é um dos mais perseguidos do país.
Desde que as forças armadas derrubaram a líder civil Aung San Suu Kyi em um golpe em 1º de fevereiro, um movimento contrário à junta exigindo o retorno à democracia tem crescido cada vez mais, incluindo a luta pelos direitos das minorias étnicas.
Os rohingya, em sua maioria muçulmanos, - há muito considerados intrusos de Bangladesh por grande parte da população birmanesa - tiveram sua cidadania, direitos, acesso a serviços e liberdade de movimento negados por décadas.
Ativistas e civis foram às redes sociais neste domingo para postar suas próprias fotos fazendo a típica saudação de resistência de três dedos, em postagens com a tag "# Black4Rohingya".
"A justiça deve servir a cada um de vocês e a cada um de nós em Mianmar", tuitou o ativista de direitos humanos Thinzar Shunlei Yi.
A mídia local também mostrou uma pequena manifestação em um shopping center de Yangon, com manifestantes vestidos de preto com cartazes em idioma birmanês que diziam "protestando contra os oprimidos rohingyas".
À tarde, a hashtag # Black4Rohingya estava em alta no Twitter em Mianmar, com mais de 180.000 mensagens.
A demonstração deste domingo de apoio da população, em sua maioria budista e da etnia Bamar, tem um contexto bem diferente dos anos anteriores, quando a simples menção ao termo "rohingya" causava polêmica.
Em 2017, uma operação militar sangrenta no oeste de Mianmar forçou cerca de 740.000 rohingyas a cruzar a fronteira para Bangladesh, onde enfrentaram estupros, assassinatos em massa e incêndios criminosos.
bur-dhc/oho/age/me/jc
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