Sul-africanas denunciam implantes vaginais defeituosos
Joanesburgo, 26 Jul 2021 (AFP) - Várias mulheres decidiram processar multinacionais farmacêuticas na África do Sul pelos danos causados por próteses vaginais.
Suzette Roodt, de 57 anos, conseguiu pagar um implante sintético para tratar sua incontinência, graças a um novo emprego. Quando saiu do hospital, percebeu, no entanto, que "algo estava errado".
A tela estava com defeito e se endureceu em seu corpo, causando a obstrução completa da bexiga, lesões e dores crônicas.
Seis anos depois, essa mulher, hoje desempregada e conectada a um cateter, juntou-se a uma dezena de sul-africanas que processaram o grupo dinamarquês Coloplast e a Ethicon, subsidiário do grupo americano Johnson & Johnson, pelas lesões causadas pelas próteses.
Em forma de tela, esses implantes funcionam como uma espécie de andaime interno, em casos de incontinência e prolapso.
"Nunca nos falaram sobre outras opções, ou sobre os potenciais riscos", disse Roodt à AFP. "Eu sofri danos permanentes", acrescentou.
Zain Lundell, especialista nesse tipo de casos, explicou que várias mulheres procuraram-no por situações semelhantes.
As duas empresas também são acusadas de economizar recursos com testes de rendimento e de não terem comunicado os riscos associados ao seu uso.
Se a ação for bem-sucedida, poderá estabelecer as bases para a indenização de centenas de sul-africanas.
A Johnson & Johnson já perdeu recursos similares na Austrália, Reino Unido e Estados Unidos. Neste último, as próteses foram classificadas como de "alto risco" em 2016, antes de serem banidas três anos depois.
Entre 15% e 25% das mulheres sofrem de complicações, de acordo com um estudo da BioMed Research International.
Procurada pela AFP, a Ethicon lembrou que seus implantes "contribuíram para melhorar a qualidade de vida de milhões de mulheres" e disse que "ter empatia por aquelas que sofreram complicações".
A Coloplast não respondeu às perguntas da AFP.
sch/ger/jhd/tjc/mb/tt
JOHNSON & JOHNSON
COLOPLAST
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.