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ONU denuncia violência dos talibãs contra manifestantes no Afeganistão

7.set.2021 - Membro do Talibã aponta arma para manifestantes no Afeganistão - Reuters/Stringer
7.set.2021 - Membro do Talibã aponta arma para manifestantes no Afeganistão Imagem: Reuters/Stringer

Em Genebra

10/09/2021 10h53

A ONU denunciou, hoje a violenta repressão de manifestações pacíficas no Afeganistão por parte dos talibãs, nas quais ao menos 4 pessoas morreram, e pediu ao novo governo que respeite o direito internacional.

"Pedimos aos talibãs que parem de usar a força e as detenções arbitrárias, imediatamente, contra aqueles que exercem seu direito de protestar pacificamente e contra os jornalistas que cobrem essas manifestações", declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, na coletiva de imprensa regular na sede das Nações Unidas em Genebra, Suíça.

Segundo uma contagem "não exaustiva" do Alto Comissariado, quatro manifestantes morreram por disparos dos talibãs, destacou Shamdasani, que denunciou que o movimento islâmico proíbe, desde quarta-feira, qualquer concentração não autorizada.

"Segundo o direito humanitário internacional, qualquer uso da força deve ser um último recurso em resposta às manifestações, deve ser estritamente necessário e proporcional e as armas de fogo nunca devem ser usadas caso não seja em resposta a uma ameaça mortal iminente", lembrou a porta-voz.

"Além de proibir as manifestações pacíficas, os talibãs deveriam deixar de usar a força e garantir o direito da reunião pacífica e da liberdade de expressão, também quando as pessoas quiserem declarar suas preocupações e fazer uso de seu direito de participar" da gestão do país, destacou.

"As proibições de qualquer concentração pacífica representam uma violação do direito internacional, como cortar o acesso à internet", disse a porta-voz.

Ela também afirmou que os jornalistas que cobrem esses protestos não devem ser alvo "nem de represálias nem de assédio", após os relatos de dois repórteres afegãos a quem os talibãs agrediram.