ONU: ameaça ao meio ambiente constitui desafio mais importante para os direitos humanos
Genebra, 13 Set 2021 (AFP) - As ameaças ao meio ambiente cada vez mais intensas constituem o "desafio mais importante para o exercício dos direitos humanos", afirmou nesta segunda-feira (13) a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
"As crises interdependentes vinculadas com a poluição, a mudança climática e a biodiversidade multiplicam as ameaças, amplificando os conflitos, as tensões e as desigualdades estruturais, o que deixa as pessoas cada vez mais vulneráveis", declarou Bachelet na abertura da 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
"Com a infensificação, estas ameaças ao meio ambiente constituirão o desafio mais importante para o exercício dos direitos humanos de nossa era", afirmou, antes de pedir aos políticos que iniciem uma ação.
Bachelet destacou que a "tripla crise planetária", em grande medida provocada pela ação do homem, já tem um impacto amplo e direto sobre uma série de direitos humanos, como "os direitos a uma alimentação adequada, à água, educação, moradia, saúde, ao desenvolvimento e inclusive à vida".
A poluição "é a causa de uma a cada seis mortes mortes prematuras", disse.
Bachelet enumerou uma lista de crise ambientais, incluindo, entre outras, a fome em Madagascar, a desertificação no Sahel, a escassez de recursos hídricos no Oriente Médio, os incêndios na Sibéria e na Califórnia e as inundações na China e Alemanha.
"Abordar a triple crise ambiental mundial é um imperativo e é "alcançável", disse.
Bachelet afirmou que a humanidade enfrenta ainda outras violações dos direitos humanos.
A ex-presidente do Chile lamentou não ter acesso significativo à região chinesa de Xinjiang, onde vive a etnia muçulmana uigur, e disse pela primeira vez que seu escritório está "finalizando a avaliação das informações disponíveis sobre as denúncias de graves violações dos direitos humanos nesta região, para divulgar publicamente".
A China rejeita uma investigação em Xinjiang.
O governo dos Estados Unidos, com base em estudos de investigadores ocidentais, acusa a China de ter internado mais de um milhão de uigures em "campos" de Xinjiang. Pequim nega o número e afirma que estes são "centros de formação profissional".
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