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Talibã diz que alunas do ensino médio voltarão às escolas assim que possível

24.ago.2021 - Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, em entrevista coletiva em Cabul, capital do Afeganistão - Hoshang Hashimi/AFP
24.ago.2021 - Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, em entrevista coletiva em Cabul, capital do Afeganistão Imagem: Hoshang Hashimi/AFP

Da AFP

21/09/2021 06h01Atualizada em 21/09/2021 06h36

As alunas do ensino médio voltarão em breve às escolas do Afeganistão, afirmou hoje o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, que também anunciou os nomes de vários ministros, confirmando que o novo governo será 100% masculino.

"Estamos finalizando as coisas e isto acontecerá assim que possível", disse o porta-voz. As meninas não foram autorizadas a retornar com os meninos às aulas do ensino médio no sábado passado, o que provocou críticas dentro e fora do país.

A comunidade internacional teme a repetição da situação registrada entre 1996 e 2001, durante o regime Talibã anterior, quando as mulheres foram impedidas de trabalhar e estudar, entre outras proibições.

As aulas no Afeganistão foram interrompidas em agosto, quando os combatentes talibãs assumiram o poder e foi concluída a retirada das tropas estrangeiras do país.

Desde então, as meninas do ensino fundamental e as universitárias retornaram às aulas, mas com restrições, começando pela separação dos alunos homens.

Também nesta terça-feira, Mujahid anunciou os nomes dos ministros que ainda faltavam para completar o governo. No dia 7 de setembro, o Talibã havia anunciado a maior parte do novo Executivo, formado por líderes históricos do movimento islamita radical.

O governo é composto apenas por homens e não existe um ministério dedicado às mulheres — o governo derrubado pelo Talibã tinha uma pasta ministerial dedicada à questão.

O porta-voz afirmou que este é um governo de transição que será reforçado no futuro.

Além disso, ele garantiu que o Talibã tem fundos para pagar os funcionários públicos, mas "precisa de tempo". Muitos trabalhadores reclamaram nas ruas do país nos últimos dias porque não recebem os pagamentos há pelo menos dois meses.