Sem Lula, Trump adota tom protocolar com Brasil e convida embaixada à posse
O presidente eleito Donald Trump enviou à embaixada do Brasil em Washington um convite para sua posse. O norte-americano adotou um tom apenas protocolar, repetindo a tradição de abrir espaço para as missões diplomáticas na capital dos EUA. Trump, porém, tem quebrado a praxe da cerimônia americana e fez convites à cúpula da extrema direita mundial para o evento no dia 20 de janeiro.
Desde que venceu a eleição, Trump passou a ter uma agenda diplomática intensa, com ligações telefônicas a líderes estrangeiros e mesmo o envio de diplomatas para negociações, como no Oriente Médio.
Mas não houve qualquer ligação telefônica entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes da votação, o Itamaraty enviou uma delegação para Washington, que manteve contatos tanto com o campo democrata como republicano. Lula, porém, deixou claro que estava na torcida por uma vitória de Kamala Harris.
A chancelaria brasileira confirmou, agora, que a embaixadora do país em Washington, Maris Luiza Voitti, estará na posse.
Para o evento no dia 20 de janeiro, um dos convidados é Javier Milei. Segundo o jornal La Nación, a ida do presidente argentino está confirmada. Diplomatas estrangeiros em Washington DC também confirmaram ao UOL que a viagem deve ocorrer.
Milei já esteve com Trump depois da eleição e insiste que quer trabalhar por um acordo de livre comércio entre os EUA e a Argentina. Para isso, porém, terá de modificar as regras do Mercosul, que exige que o bloco sempre negocie de forma conjunta com terceiros países.
Além de Milei, nomes como a da primeira-ministra italiana Georgia Meloni e o presidente de El Salvador estariam entre os convidados. O presidente eleito ainda indicou que gostaria de contar com a presença do ucraniano Volodymyr Zelensky e com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou que foi também convidado para a posse e que irá solicitar ao STF a liberação de seu passaporte para que possa viajar.
Posto de embaixador no Brasil ainda vago
Trump tampouco escolheu ainda quem será seu embaixador no Brasil. O republicano já escolheu seus diplomatas em locais como China, França, Israel, Reino Unido, Turquia, Grécia, Espanha, Holanda, Estônia, Bahamas, México, Canadá e Japão.
Mas Trump tem montado uma equipe para lidar com a América Latina composta por nomes conhecidos por sua postura dura contra regimes na Nicarágua, Cuba e Venezuela. Marco Rubio, o senador escolhido para chefiar a diplomacia de Trump, também já fez duras críticas contra o Brasil.
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