Deputados franceses votam com unanimidade contra 'cura gay'
![O texto propõe pena de prisão e multa, que pode chegar a € 45 mil se a vítima for menor de idade - iStock](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/fc/2020/09/03/criancas-seguram-bandeira-lgbt-1599161659276_v2_900x506.jpg)
Os deputados franceses aprovaram por unanimidade nesta terça-feira um projeto de lei que reafirma a proibição das "terapias de conversão", que buscam modificar a orientação sexual de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans (LGBT).
Analisado em primeira discussão em procedimento acelerado, o texto propõe punir os responsáveis por essas pseudoterapias com dois anos de prisão e multa de 30 mil euros, que aumenta para três anos de prisão e 45 mil euros se a vítima for menor de idade.
As "terapias" que buscam "curar" LGBTs são pouco conhecidas na França e difíceis de quantificar. Em 2019, a deputada Laurence Vanceunebrock, do partido majoritário LREM, e seu colega de esquerda Bastien Lachaud citaram "uma centena de casos recentes" e ficaram alarmados com o "aumento das denúncias".
Este projeto de lei permitirá "salvar vidas", disse a ministra em exercício da Igualdade, Elisabeth Moreno. "Não há nada o que curar. Ser você mesmo não é crime, não se deve tentar mudar a identidade de gênero ou orientação sexual das pessoas", defendeu.
Os dois legisladores distinguiram três categorias das chamadas "terapias": as religiosas, com apelos à abstinência e exorcismos; as médicas, com tratamentos hormonais, hipnose e eletrochoque; e as sociais, como casamentos heterossexuais forçados.
A iniciativa ainda não foi votada no Senado, que corre contra o tempo, porque o Parlamento francês encerra seus trabalhos no fim de fevereiro para as eleições presidenciais de abril de 2022. "Dependerá da ação do Senado" que o projeto possa ser aprovado antes do recesso, alertou uma fonte parlamentar.
Para as associações LGBT e da sociedade civil, a mobilização se intensifica. Os cantores Eddy de Pretto e Hoshi, muito populares entre os jovens, exigiram que os deputados atuassem sobre o assunto.
Nas redes sociais, o apoio se multiplica sob a hashtag #RienAGuerir (nada para curar), nome de um coletivo de vítimas lançado em 2020.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.