Dois policiais londrinos são condenados por divulgar fotos de irmãs assassinadas
Londres, 6 dez 2021 (AFP) - Dois policiais de Londres foram condenados nesta segunda-feira (6) a dois anos e nove meses de prisão por terem feito e compartilhado, através do WhatsApp, imagens de duas irmãs assassinadas.
Deniz Jaffer e Jamie Lewis eram os policiais encarregados de guardar a área onde foram encontrados os corpos de Bibaa Henry, de 46 anos, e Nicole Smallman, de 27, que foram esfaqueadas em junho de 2020 em Wembley Park, a noroeste de Londres.
No entanto, os dois policiais, de 47 e 33 anos, respectivamente, atravessaram o cordão de isolamento para fotografar os corpos. Jaffer fez quatro fotos e Lewis, duas, que depois foram difundidas pelo WhatsApp. Um dos policiais chegou a enviar para uma colega uma fotomontagem dos corpos com o rosto de um dos oficiais.
A mãe das vítimas qualificou os policiais, que estão afastados de suas funções desde 22 de junho de 2020, de "desprezíveis". "Estes agentes aumentam a dor de nossa família", afirmou.
Durante o anúncio da pena nesta segunda em Londres, o juiz Mark Lucraft denunciou o comportamento dos policiais, que classificou de "espantoso e inexplicável".
A família das vítimas ressaltou a "vergonha" que representa esse comportamento, e a polícia se mostrou "horrorizada pela atitude vergonhosa" dos oficiais.
Contudo, a atitude dos dois agentes não foi a única falta grave que a polícia cometeu durante a investigação do caso.
Em meados de outubro, O Gabinete Independente para a Conduta Policial (IOPC, na sigla em inglês) revelou os erros cometidos e qualificou de "inaceitável" a atitude da Polícia Metropolitana de Londres (MET, que também é conhecida como Scotland Yard) em face do desaparecimento das duas irmãs.
Os parentes das vítimas tinham alertado para o desaparecimento das duas irmãs depois da comemoração do aniversário da mais velha, em 5 de junho, em Wembley Park. No entanto, os erros da polícia no tratamento da informação levaram ao arquivamento das investigações. Finalmente, foram os próprios familiares que encontraram os corpos em 7 de junho.
Danyal Hussein, um homem de 19 anos, foi condenado à prisão perpétua, com um mínimo de 35 anos de reclusão, pelo "assassinato brutal" das duas irmãs.
O Tribunal Penal Superior considerou que Hussein havia iniciado uma "campanha de vingança" contra mulheres escolhidas a esmo.
A polícia encontrou em seu apartamento um manuscrito firmado com sangue no qual ele prometia a uma entidade satânica que mataria seis mulheres a cada seis meses, em troca de riqueza.
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