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UE sanciona grupo paramilitar russo para dissuadir ataque contra Ucrânia

13/12/2021 15h46

Bruxelas, 13 dez 2021 (AFP) - A União Europeia (UE) sancionou nesta segunda-feira (13) o grupo paramilitar russo Wagner, lançando uma advertência de que qualquer ação militar contra a Ucrânia terá como réplica uma resposta econômica sem precedentes.

Após a reunião de ministros de Relações Exteriores do G7 em Liverpool, na Inglaterra, no fim de semana, na qual os Estados Unidos e seus principais aliados advertiram o Kremlin para "enormes consequências" em caso de uma incursão russa na Ucrânia, os ministros dos países da UE se reuniram nesta segunda-feira em Bruxelas.

A primeira medida anunciada foi a aprovação de sanções contra oito pessoas e três empresas associadas ao grupo Wagner, uma companhia privada de serviços militares.

Depois, os ministros devem estabelecer os termos para expressar sua disposição para impor medidas contra a economia da Rússia, se a mobilização de tropas na fronteira com a Ucrânia levar a uma ação militar direta.

"Permitam-me dizer, mais uma vez, de forma firme, que a União Europeia está unida em apoio à soberania e à integridade territorial da Ucrânia", disse o chefe da Diplomacia do bloco, Josep Borrell.

Borrell indicou que todos os ministros "foram muito claros que qualquer agressão contra a Ucrânia vai gerar consequências políticas com um preço muito alto para a Rússia".

"Estamos nos coordenando globalmente com nossos sócios transatlânticos e outros aliados", acrescentou.

Neste sentido, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson pediu hoje ao presidente russo Vladimir Putin para "desescalar as tensões" na Ucrânia, alertando que uma intervenção militar seria um "erro estratégico" com graves "consequências", informou seu gabinete.

A reunião de hoje é a primeira da nova titular de Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, com seus pares europeus. A política do Partido Verde assumiu o cargo na semana passada com o governo do novo chanceler Olaf Scholz.

- Advertências sobre o gasoduto -A Alemanha tem justamente um dos maiores trunfos na manga em caso de sanções contra a Rússia: o bloqueio do gasoduto Nord Stream 2, construído pela Gazprom entre Alemanha e Rússia.

"Se a escalada continuar, esse gasoduto não poderá ser conectado à rede", advertiu no domingo Baerbock à emissora alemã ZDF.

O Nord Stream 2 duplicará a capacidade do primeiro gasoduto (Nord Stream 1), evitando passar pela Ucrânia, a rota utilizada atualmente para levar o gás russo à UE, o que privará Kiev de receitas e pode trazer risco para o fornecimento de gás ao território ucraniano.

"Os europeus devem se manter unidos, devem ser ouvidos e se manter firmes frente as ações da Rússia", indicou um representante de um país da UE.

Este é o sentido das ações adotadas contra o grupo Wagner e seus dirigentes, cujos efetivos estão ativos em Ucrânia, Síria, Líbia e República Centro-Africana.

"Esta empresa militar privada russa é utilizada para ações desestabilizadoras onde opera, seja na Europa ou em outros países, sobretudo na África", destacou a fonte, ao acrescentar que a UE deve "dar uma resposta global ao país que patrocina o grupo".

- Frente unida -Esta reunião de ministros da UE serve de preparação ao encontro de cúpula de quarta-feira, em Bruxelas, entre os líderes da UE e seus colegas de cinco das seis nações da associação oriental (Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Armênia e Azerbaijão), assim como a reunião de cúpula de quinta-feira.

Belarus foi excluída desta aliança, mas a líder opositora Svetlana Tikhanovskaya está em Bruxelas, onde ficará até quarta-feira. Ontem, ela se reuniu com os responsáveis da UE, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e também com Borrell.

Um sexto pacote de sanções está sendo preparado contra o regime de Alexander Lukashenko, segundo fontes diplomáticas.

A UE quer apresentar aos seus vizinhos do leste uma frente unida contra o que considera intervenções desestabilizadoras da Rússia na região, explicou à AFP um diplomata.

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