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Ponte desaba nos EUA horas antes de visita de Biden para falar sobre infraestrutura

28/01/2022 20h15

Washington, 28 Jan 2022 (AFP) - Uma ponte desabou nesta sexta-feira (28) sem causar mortes em Pittsburgh, horas antes de uma visita do presidente Joe Biden para falar, principalmente, sobre seus grandes projetos de infraestrutura.

Vários motoristas e veículos - incluindo um ônibus - ficaram presos pelo acidente na ponte coberta de neve, de acordo com várias fotos postadas nas redes sociais.

Três feridos, cujas vidas não correm perigo, foram levados para o hospital, informaram os serviços de emergência da cidade, a segunda maior do estado da Pensilvânia (leste), depois da Filadélfia.

As primeiras informações disponíveis não indicavam fatalidades.

A mídia local relata cerca de dez feridos leves. O presidente foi informado do desabamento da ponte e reconheceu o trabalho dos socorristas mobilizados, disse Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, acrescentando que Biden não modificaria sua agenda.

Biden viajou à cidade para fazer um discurso nesta tarde sobre seu método para "fortalecer as cadeias logísticas do país, revitalizar o setor industrial, criar empregos bem remunerados e protegidos por sindicatos e construir uma nova América, principalmente graças à lei apoiada pelos dois partidos sobre infraestruturas".

"É inacreditável", disse Biden parado diante da ponte desmoronada.

"É um milagre, sr. presidente", disse um membro de uma equipe de intervenção e resgate.

"É mesmo", respondeu o presidente, com um guindaste ao fundo. "Há mais pontes em Pittsburgh do que em qualquer outra cidade do mundo", disse o democrata. "Nós vamos consertar todas elas."

- Biden e as pontes - É uma coincidência impressionante: em 20 de janeiro, marcando seu primeiro aniversário na Casa Branca, Biden elogiou essa lei, enquanto fotos de pontes em ruínas foram exibidas em um outdoor.

O enorme plano de gastos em infraestrutura de US$ 1,2 trilhão aprovado pelo Congresso no final do ano passado, e que inclusive teve alguns votos da oposição republicana, é um dos poucos grandes sucessos do presidente democrata até hoje.

Com um índice de popularidade em torno de 40%, Biden decidiu se aproximar da população este ano, quando as eleições legislativas de meio de mandato podem lhe custar sua estreita maioria parlamentar.

Depois de passar um ano prometendo grandes mudanças econômicas e sociais nos Estados Unidos, a Casa Branca foi forçada a reduzir suas ambições. E também a adaptar sua maneira de se comunicar com os americanos que lutam contra uma inflação histórica e uma nova onda da pandemia.

Nesse contexto, os grandes projetos do presidente parecem distantes de suas preocupações cotidianas.

Após a lei de infraestrutura e na falta da aprovação de um ambicioso projeto social de 1,7 bilhão de dólares, o presidente busca salvar pelo menos algumas reformas, como auxílio à creche e gastos com a transição energética.

Ele também publicou nesta sexta outro texto em elaboração, que pretende tornar os Estados Unidos mais competitivos perante a China, localizando no território americano a fabricação de produtos essenciais para a atividade industrial, como os semicondutores.

Observando que os Estados Unidos ocupam apenas o nono lugar em investimentos em pesquisa e desenvolvimento, Biden disse, ao visitar uma antiga siderúrgica transformada em centro de engenharia e robótica, "podemos e devemos mudar essa trajetória. Agora temos a oportunidade" no Congresso.

O projeto de lei em questão, o "America COMPETES act", em discussão na Câmara de Representantes, prevê, entre outras coisas, 52 bilhões de dólares para revitalizar a indústria americana de semicondutores.

Em junho, um texto similar foi aprovado no Senado, votado por representantes eleitos dos dois partidos, uma raridade em tempos de oposição exacerbada nos Estados Unidos.

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