Topo

Esse conteúdo é antigo

Após sumiço de um ano, familia Rockefeller devolve tapeçaria sobre Guernica à ONU

05/02/2022 14h24

Nações Unidas, Estados Unidos, 5 Fev 2022 (AFP) - Um ano após seu súbito desaparecimento, que causou grande comoção na ONU, a família Rockefeller, dona da obra, resolveu expor mais uma vez sua vasta tapeçaria representando a Guernica de Picasso na entrada do Conselho de Segurança, segundo fontes da organização.

"A tapeçaria de Guernica e seu simbolismo questionador - sua descrição dos aspectos atrozes da natureza humana - nos traz crueldade, escuridão e também um raio de esperança na humanidade", disse Nelson Rockefeller Jr, citado em um comunicado de imprensa da ONU.

"Estou feliz porque a tapeçaria poderá continuar chegando a uma parte mais ampla da população mundial e ampliar sua capacidade para chegar às pessoas e educá-las", acrescentou.

"É ótimo", reagiu um diplomata resumindo o alívio de muitos de seus colegas, funcionários ou jornalistas que trabalham na ONU em Nova York.

Em fevereiro de 2021, em plena crise da covid-19 e enquanto a sede da ONU estava deserta sem seus milhares de funcionários, obrigados ao teletrabalho, a grande tapeçaria desapareceu da entrada do Conselho de Segurança sem que nenhuma explicação fosse dada pela família, que o havia emprestado à ONU por mais de três décadas.

Encomendada em 1955 por Nelson Rockefeller, a tapeçaria retirada da obra de Pablo Picasso e retratando o bombardeio da cidade de Guernica em 26 de abril de 1937 pela Alemanha nazista e a Itália fascista, foi tecida pela francesa Jacqueline de La Baume-Dürrbach

Em entrevista ao New York Times publicada no sábado, Nelson Rockefeller Junior admitiu uma "falha de comunicação" sobre um canteiro de obras que aparentemente precisava de limpeza.

A tapeçaria foi devolvida à ONU com a possibilidade de a família levá-la temporariamente para exibição nos Estados Unidos e no mundo.

A presença desta obra, pelo qual já passaram presidentes, ministros e embaixadores que frequentam regularmente o Conselho de Segurança, visa sensibilizar para a tragédia da guerra.

Em uma carta datada de 15 de dezembro e destinada a Nelson Rockfeller Jr, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, elogiou a devolução da obra à sede das Nações Unidas.

"Esta é uma boa notícia em um ano difícil de dificuldades e conflitos globais que chega ao seu fim", disse, explicando que a tapeçaria "expressa ao mundo a necessidade urgente de promover a paz e a segurança internacionais".

"Estamos honrados de servir como guardiões conscientes desta obra única e icônica, nos inspirando em sua mensagem", acrescentou.

prh/ube/dg/ll/gf/aa

THE NEW YORK TIMES COMPANY