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Finlândia decide solicitar adesão à Otan e Suécia debate a questão

15/05/2022 11h54

Helsinque, Finlândia, 15 Mai 2022 (AFP) - O governo da Finlândia anunciou neste domingo (15) a intenção de entrar para a Otan, enquanto na Suécia o partido governante celebra uma reunião decisiva sobre um possível pedido de adesão conjunto à Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Menos de três meses depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, o anúncio estabelece uma mudança contundente na política de não alinhamento da Finlândia, que tem mais de 75 anos.

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A Suécia, por sua vez, pode concluir uma postura que começou no século XIX.

O chefe de Estado e um Comitê de Política Externa "decidiram em conjunto que a Finlândia vai pedir a adesão à Otan", anunciou o presidente, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva conjunta com a primeira-ministra, Sanna Marin.

"É um dia histórico. Começa uma nova era", declarou o presidente da Finlândia.

O Parlamento da Finlândia deve examinar na segunda-feira o projeto de adesão, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoia a iniciativa.

Apesar de algumas objeções expressadas pela Turquia, os membros da Otan estão em um "bom caminho" nas discussões para aprovar a entrada de Suécia e Finlândia, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Croácia, Gordan Grlic-Radman.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se declarou confiante em resolver as preocupações da Turquia e insistiu que o país não se opõe aos pedidos de adesão.

Ancara acusa os dois países nórdicos de negligência em relação aos membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está em guerra contra a Turquia e aparece na lista de organizações de terroristas da União Europeia.

O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, se declarou disposto a discutir com os dois países e com os demais membros da aliança.

Ele se mostrou conciliador neste domingo com a Finlândia, mas criticou o que chamou de "declarações provocativas" da Suécia, país com o qual a Turquia teve relações complicadas nos últimos anos.

- "Consenso" -"Acredito que seremos capazes de encontrar um terreno comum, um consenso sobre como avançar nas questões relativas à adesão", disse Stoltenberg durante uma reunião da Otan em Berlim.

"Tenho certeza de que alcançaremos o consenso", afirmou, em referência à Turquia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken. No caso de uma solicitação formal, o governo dos Estados Unidos apoiaria "firmemente" a adesão dos dois países.

Depois de romper a neutralidade política nos anos 1990, com o fim da Guerra Fria, quando se tornaram membros da União Europeia, Suécia e Finlândia se aproximam ainda mais do bloco ocidental após uma mudança na opinião provocada pela guerra na Ucrânia.

A Finlândia, com 1.300 quilômetros de fronteira com a Rússia, foi a primeira a tomar a iniciativa. A Suécia acompanha o movimento, com receio de virar o único país do Mar Báltico (com exceção da Rússia) fora da aliança liderada pelos Estados Unidos.

No sábado, o presidente finlandês ligou para o colega russo, Vladimir Putin, para informar a decisão.

Putin respondeu que o "fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, pois não há nenhuma ameaça para a segurança da Finlândia", segundo o Kremlin.

O ex-primeiro-ministro finlandês Alexander Stubb disse à BBC que Putin é "a razão pela qual nos unimos" à Otan. "Poderíamos facilmente chamar de ampliação da Otan por Vladimir Putin", completou.

De acordo com as pesquisas recentes, mais de 75% dos finlandeses desejam a adesão à Otan, índice três vezes superior ao registrado antes da guerra na Ucrânia.

Na Suécia, o apoio subiu para quase 50%, contra 20% de pessoas contrárias.

O Partido Social-Democrata da primeira-ministra Magdalena Andersson se reúne ainda neste domingo para decidir se formação abandona sua histórica postura contrária à adesão.

Dentro do partido, algumas vozes criticam uma decisão precipitada.

Analistas, no entanto, consideram improvável que o partido seja contrário à adesão.

O processo de adesão à Otan dura vários meses e exige o apoio unânime dos 30 membros da Aliança.

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