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Rússia põe mundo em perigo de fome, adverte União Europeia

13.mai.2022 - O presidente russo, Vladimir Putin, preside uma reunião do Conselho de Segurança por meio de um videoconferência, em Moscou - Mikhail Metzel/AFP
13.mai.2022 - O presidente russo, Vladimir Putin, preside uma reunião do Conselho de Segurança por meio de um videoconferência, em Moscou Imagem: Mikhail Metzel/AFP

18/06/2022 10h02Atualizada em 18/06/2022 11h19

A Rússia coloca o mundo em perigo de fome com o bloqueio das exportações de grãos procedentes da Ucrânia e as restrições a seus próprios envios, acusou o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

As ameaças sobre a segurança alimentar e a "guerra de narrativas" com a Rússia sobre a realidade das sanções impostas a Moscou estarão no centro das reuniões dos chanceleres do bloco em Luxemburgo, na segunda-feira (20).

"Estamos dispostos a trabalhar com a ONU para evitar qualquer impacto indesejável das nossas sanções na segurança alimentar mundial", afirmou Borrell em um artigo publicado em seu blog oficial.

O chefe da diplomacia europeia denunciou "a escolha política consciente da Rússia de 'militarizar' as exportações de cereais e de usá-las como ferramenta de chantagem contra qualquer um que se oponha à sua agressão" na Ucrânia.

Se as exportações ucranianas por navio não forem retomadas, "uma catástrofe alimentar mundial" pode acontecer, alertou Borrell.

"A Rússia transformou o Mar Negro em uma zona de guerra, bloqueando os envios de grãos e fertilizantes procedentes da Ucrânia (...) e também aplica cotas e taxas às suas próprias exportações de cereais", completou.

Segundo ele, as sanções impostas pelo bloco não proíbem a Rússia de exportar grãos, desde que as pessoas ou entidades incluídas na lista negativa europeia não estejam envolvidas nas operações.

"Estamos totalmente conscientes de que há uma 'guerra de narrativas' sobre esta questão" das sanções, acrescentou.