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Mundo 'se afasta do objetivo' de erradicar a fome em 2030, segundo a FAO

A FAO ainda afirmou já haver um "quadro sombrio" em relação à segurança alimentar global no ano passado, antes da guerra na Ucrânia - iStock
A FAO ainda afirmou já haver um 'quadro sombrio' em relação à segurança alimentar global no ano passado, antes da guerra na Ucrânia Imagem: iStock

06/07/2022 14h39

O objetivo de erradicar a fome até 2030 está cada vez mais distante, segundo anúncio feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), nesta quarta-feira (6).

Segundo a FAO, "o mundo se distancia do objetivo de eliminar a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição em todas suas formas até 2030", conforme planos da ONU no ODS-2, Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 'Fome Zero'.

A organização ainda afirmou já haver um "quadro sombrio" em relação à segurança alimentar global no ano passado, antes da guerra na Ucrânia.

Em um comunicado conjunto, a FAO, o Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Unicef, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontaram que "entre 702 e 828 milhões de pessoas sofreram com a fome em 2021", equivalente a 9,8% da população mundial.

Esse número quer dizer que houve 46 milhões de pessoas com fome em relação a 2020, ano em que a situação já havia piorado devido a pandemia de covid-19.

A FAO projeta até 670 milhões de pessoas seguindo com fome para o final dessa década, "um número similar ao de 2015", quando a comunidade internacional estabeleceu a meta da erradicação.

Se não adotarem medidas drásticas, "todos nossos esforços servirão simplesmente para atrasar as grandes crises que vivemos", lamentou Gilbert Houngbo, presidente da FIDA em entrevista concedida para AFP.

As cinco organizações internacionais alertaram sobre uma "intensificação dos principais fatores de insegurança alimentar e desnutrição", sendo eles os conflitos, os extremos fenômenos climáticos e as crises econômicas.

Para as organizações, a chave é tomar medidas audaciosas para fortalecer a "resiliência" diante de crises futuras, como ocorreu com a guerra na Ucrânia e a interrupção na cadeia de fornecimento.