Crise se prolonga no Panamá com bloqueio de estradas e tentativas de saques
Panamá, 21 Jul 2022 (AFP) - A crise no Panamá se agravou na quarta-feira com bloqueios nas estradas que impediram a chegada de alimentos à capital, tentativas de saques e sem um acordo entre o governo e os manifestantes para interromper os protestos em troca de medidas contra o aumento dos preços.
"Agora estamos prontos para esperar que o governo nacional responda ao povo panamenho", disse Fernando Ábrego, líder da Associação de Professores do Panamá.
Suas declarações vieram após uma maratona de reuniões, em Penonomé, 150 quilômetros a sudoeste da Cidade do Panamá, onde as organizações que apoiam os protestos acertaram detalhes para a negociação com o governo, sob a mediação da Igreja Católica.
A instituição religiosa anunciou que o Executivo "confirmou" a sua participação nas negociações na quinta-feira.
As entidades pedem redução e congelamento dos preços da cesta básica, combustível, energia, medicamentos, o investimento de 6% do PIB na educação pública e o futuro do sistema público de saúde. Também exigem medidas contra a corrupção, em meio a fortes críticas dos cidadãos pelos salários dos altos funcionários e pelo desperdício de recursos públicos.
Após mais de duas semanas de protestos, o fechamento de rodovias, principalmente na rodovia Panamericana, que liga o Panamá à Costa Rica, e principal rota de comércio e transporte de mercadorias, causou desabastecimento.
Os manifestantes protestam e bloqueiam o trânsito para exigir que o governo de Laurentino Cortizo tome medidas contra o aumento dos preços. Esta é a maior crise social desde a invasão dos EUA em 1989.
Para acalmar os ânimos, o governante inicialmente baixou o preço do galão de gasolina (3,78 litros) de US$ 5,20 para US$ 3,95, mas a medida foi rejeitada. Um desconto foi então oferecido para $ 3,25, que está atualmente em vigor.
Os empregadores aderiram à revolta dos sindicatos na quarta-feira.
"É urgente que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário ataquem sem cerimônia qualquer ato de corrupção, acabem com os privilégios e a falta de transparência", disse a presidente da Câmara de Comércio, Indústrias e Agricultura do Panamá, Marcela Galindo.
O comissário de polícia, Roberto Rodríguez, informou na quarta-feira que no bairro popular de El Chorrillo, na Cidade do Panamá, "várias pessoas" tentaram "vandalizar empresas, queimar pneus e colocar obstáculos nas vias públicas" para roubar os ocupantes dos veículos.
Segundo a Polícia, também houve tentativas de saques em La Peatonal, uma rua de lojas e comércios da capital panamenha, cuja vigilância foi reforçada.
jjr/mav/yow/aa
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.