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França promete aumentar salário dos professores por falta de profissionais

25/08/2022 12h01

O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu nesta quinta-feira (25) que nenhum professor iniciará sua carreira profissional com salário inferior a 2.000 euros, já que o país enfrenta uma crise de recrutamento dias antes do início do ano letivo. 

"Iniciamos uma reavaliação geral da remuneração há dois anos, que continuará, fazendo com que nenhum professor comece sua carreira com menos de 2.000 euros líquidos" por mês (1.990 dólares), disse Macron às autoridades educacionais. 

Esta medida, quando o salário mínimo interprofissional líquido se aproxima dos 1.330 euros por mês (1.325 dólares), procura dinamizar as contratações. 

Este ano, mais de 4.000 cargos ficaram vagos.

Na terça-feira, o ministro da Educação, Pap Ndiaye, reiterou sua promessa de que haverá um professor em cada turma no início do ano letivo em 1º de setembro. 

As autoridades educacionais criaram células especiais para tentar encontrar professores. 

Na Educação Infantil e Fundamental, a falta de professores concentra-se sobretudo nos departamentos que circundam Paris.

No Ensino Médio, as vagas abrangem as disciplinas de alemão, letras clássicas, matemática, física e química. 

"Não acreditamos realmente que será possível ter um professor em cada turma. Além do início do ano letivo, as semanas seguintes poderão ser muito difíceis", alertou o SE-Unsa, um dos principais sindicatos da Educação.

O seu secretário-geral, Stéphane Crochet, assegurou ainda que o salário de 2.000 euros era a sua "meta" de "2020", pelo que, na sua opinião e tendo em conta a inflação, deveria agora rondar os 2.200 euros (2.195 dólares). 

De acordo com um artigo da revista Le Grand Continent, o salário de um professor na França quando inicia sua carreira profissional é 10% inferior ao de seus pares na União Europeia e na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

A "transformação profunda" da Educação é uma das prioridades do presidente, que durante sua campanha de reeleição prometeu aproximar as empresas dos centros educacionais e premiar os professores por mérito.

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© Agence France-Presse