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Homem que atacou marido de Nancy Pelosi procurava a líder democrata da Câmara

28/10/2022 19h27

Um agressor atacou com um martelo o marido da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, após invadir sua casa na Califórnia na madrugada desta sexta-feira (28) em busca da líder democrata, informaram autoridades.

O agressor "exigia ver a presidente da Câmara" e "ameaçou de morte" Paul Pelosi, informou o porta-voz da política, Drew Hammill.

A polícia disse que, quando os agentes chegaram à casa da vítima em San Francisco, pouco antes das 02h30 da madrugada (06h30 de Brasília), o agressor e Paul Pelosi travavam uma luta corporal por um martelo.

"Quando os agentes chegaram ao local dos fatos, encontraram um homem adulto e o marido da senhora Pelosi, Paul", disse o chefe de polícia de San Francisco, Bill Scott, aos jornalistas.

"Nossos agentes observaram que o senhor Pelosi e um suspeito seguravam ambos um martelo. O suspeito tomou o martelo do senhor Pelosi e o agrediu violentamente com o mesmo", provocando ferimentos na cabeça e nos braços.

A titular da Câmara de Representantes, segunda na linha de sucessão à Presidência, estava em Washington naquele momento.

Scott identificou o agressor como David Depape, de 42 anos, e disse que ele seria acusado de tentativa de homicídio, agressão com arma letal, roubo e outros delitos. 

Hammill acrescentou em nota que o marido da presidente da Câmara, de 82 anos, estava "recebendo um excelente atendimento médico e espera-se que se recupere completamente".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonou para Nancy Pelosi para manifestar seu apoio pelo "ataque horrível", informou a Casa Branca, antes de denunciar a agressão "abominável" mais tarde, quando se dirigia à Filadélfia.

Não "existe lugar" para a violência política nos Estados Unidos, indicou o presidente a menos de duas semanas para a realização das eleições de meio de mandato, conhecidas como "midterms", no país. "Já chega", acrescentou.

- 'Indignado' -

O invasor entrou na casa através de uma porta de vidro deslizante, reportou o jornal Wall Street Journal, citando agentes de polícia que falaram sob condição de anonimato.

O agressor manifesta ideias de extrema direita em seus perfis nas redes sociais, incluindo teorias da conspiração sobre a covid-19, disse um dos oficiais à publicação. 

O ataque acontece em um ano conturbado para o marido de Pelosi, que foi declarado culpado de dirigir alcoolizado depois de um acidente em maio, e condenado a cinco dias de prisão. 

Em plena campanha eleitoral nos Estados Unidos, integrantes dos partidos Democrata e Republicano alertam para a violência no contexto das eleições. 

Segundo a polícia do Capitólio, as ameaças contra legisladores mais que dobraram desde 2017, superando as 9.000 anuais. 

Membros dos dois partidos manifestaram apoio a Pelosi nas redes sociais, e muitos sugeriram que o ataque era consequência do aumento da retórica violenta no discurso político.

Adam Kinzinger, membro republicano do comitê da Câmara dos Representantes que investiga a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021, culpou as teorias conspiratórias difundidas por Donald Trump e seus seguidores de extrema direita. 

"Quero ser claro: quando se convence as pessoas de que os políticos fraudam as eleições, bebem o sangue de bebês, etc., haverá violência. Devemos rejeitar isso", disse. 

Além de Kinzinger, o líder da bancada republicana na Câmara, Steve Scalise, disse que estava "indignado" com o ataque.

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© Agence France-Presse