Onze bispos e ex-bispos são investigados na França por abuso sexual
![Jean-Pierre Ricard e Michel Santier são dois citados pela investigação - Alan_Tow/Getty Images](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/42/2022/11/01/igreja---milao---cranios---san-bernardino-alle-ossa-na-italia-1667325314601_v2_900x506.jpg)
A Justiça francesa e a canônica abriram uma investigação contra 11 bispos e ex-bispos em casos de agressão sexual, incluindo um cardeal que admitiu um comportamento "repreensível" com uma menor há 35 anos, anunciou o presidente da Conferência Episcopal, Éric de Moulins-Beaufort, nesta segunda-feira (7).
Jean-Pierre Ricard, ex-bispo de Bordeaux, reconheceu um comportamento "repreensível" em relação a uma menor de 14 anos, há 35 anos, declarou Éric de Moulins-Beaufort, durante uma coletiva de imprensa em Lourdes (sul), onde os prelados realizam a sua reunião anual.
"Há 35 anos, quando era pároco, me comportei de forma reprovável com uma menina de 14 anos. Meu comportamento necessariamente causou consequências graves e duradouras a esta pessoa", escreveu o cardeal em mensagem lida por Moulins-Beaufort.
O cardeal, de 78 anos, assegura, ainda, que se colocou à disposição da justiça, tanto cível quanto canônica, e que pediu "perdão" à vítima.
Outro dos bispos é Michel Santier, a quem as autoridades do Vaticano sancionaram em 2021 por "abusos espirituais resultando em 'voyeurismo' a dois homens adultos" na década de 1990. O silêncio sobre sua sanção causou grande revolta nas últimas semanas entre católicos e grupos de vítimas.
No total, dez ex-bispos são acusados, oito deles por abusos, como Ricard e Santier, e dois por denunciar as agressões. Um décimo primeiro, Pierre Pican, morreu em 2018 e foi condenado por não denunciar os fatos, segundo a Conferência Episcopal francesa (CEF).
Sem entrar em detalhes, o presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF) apontou a "grande diversidade de situações em relação aos atos cometidos ou de que são acusados".
Os 120 membros da CEF se reúnem desde a quinta-feira em Lourdes para trabalhar em "propostas concretas" para melhorar a comunicação e a transparência sobre as medidas canônicas adotadas contra os religiosos acusados de agressão sexual.
Há um ano, a França conheceu o alcance devastador dos casos de pedofilia no seio da Igreja Católica. Uma comissão independente estimou que cerca de 216.000 menores foram vítimas de sacerdotes e religiosos na França entre 1950 e 2020.
kp/tjc/mb/aa/mvv/am
© Agence France-Presse
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