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Emissões de petróleo e gás são o triplo do reportado, diz plataforma

09/11/2022 16h13

As emissões de gases de efeito estufa procedentes do petróleo e do gás seriam três vezes maiores do que os dados oficiais - revela a Climate TRACE, uma nova plataforma baseada em informações de satélite e apresentada na COP27 do Egito, nesta quarta-feira (9).

Dirigida por um grupo de institutos de pesquisa e empresas de todo mundo, a nova ferramenta localizou 70.000 instalações em todo planeta que lançam emissões na atmosfera e que pertencem a setores como indústria pesada, energia, agricultura, transporte e mineração.

A plataforma Climate TRACE usa Inteligência Artificial para analisar dados de mais de 300 satélites e de milhares de sensores em terra e no mar. Dessa forma, descobriu que os 14 maiores emissores são todos usinas de extração de petróleo e gás.

O ponto mais poluente do planeta é a Bacia Permiana do Texas, um dos maiores campos de petróleo do mundo, nos Estados Unidos, disse o ex-vice-presidente americano Al Gore, um dos fundadores do projeto, que atualizará regularmente sua informações.

"Com base nos novos dados sobre metano e combustão, estimamos que as emissões reais são três vezes maiores do que o que foi relatado", afirmou Al Gore, no evento de lançamento da Climate TRACE, durante a cúpula anual sobre o Clima da ONU, a COP27, em Sharm el-Sheik. 

Emitido por vazamentos das usinas de petróleo e gás e também por outras atividades humanas, como a pecuária, o metano é responsável por 30% do aumento global das temperaturas até a data.

No ano passado, dezenas de países se comprometeram a reduzir a poluição decorrente desse gás de efeito estufa, mais potente do que o dióxido de carbono. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a iniciativa, que pode ser consultada no seguinte endereço eletrônico: https://climatetrace.org/map. De acordo com Guterres, o site fornece informações valiosas, graças à observação direta, o que torna mais difícil "trapacear". 

"Isso deve ser um chamado de atenção para os governos e o setor financeiro, em particular, os que continuam investindo na poluição por combustíveis fósseis", acrescentou Guterres.

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© Agence France-Presse