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Colômbia pede perdão por massacres de paramilitares na década de 1990

30/11/2022 22h32

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu perdão na quarta-feira às vítimas de dois massacres executados por paramilitares no fim da década de 1990, acatando uma ordem emitida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em 2006. 

"Como representante do Estado colombiano hoje, devo pedir perdão a todos os familiares das vítimas e às vítimas que não podem mais nos acompanhar porque foram assassinadas pelo mesmo Estado, um Estado assassino", disse Petro em uma cerimônia pública na cidade de Medellín. 

A 100 quilômetros de distância, no município de Ituango, paramilitares de extrema-direita massacraram civis indefesos nas localidades de El Aro e La Granja em 1997 e 1996, respectivamente. 

No início do discurso, o presidente leu os nomes das 19 pessoas que morreram nos ataques. A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) responsabilizou o Estado pelos massacres em 2006. 

Os dois ataques aconteceram ao longo de vários dias com "a aquiescência e colaboração de membros da Força Pública", segundo a CorteIDH.

No caso de El Aro, os paramilitares acusaram os moradores de colaborar com guerrilheiros de esquerda e torturaram várias pessoas em público. Eles também queimaram a maioria das casas e forçaram vários sobreviventes a transportar gado roubado à comunidade durante 17 dias, de acordo com a sentença da corte.

O tribunal ordenou uma indenização de 10.000 dólares a cada família e a organização de uma cerimônia de reconhecimento público, entre outras reparações. 

O Estado colombiano fez um "reconhecimento parcial de responsabilidade" por escrito à Corte e indenizou as vítimas há alguns anos, mas não havia celebrado o ato público até agora. 

jss/atm/fp

© Agence France-Presse