Posse de Lula terá mobilização de '100% da polícia'
Brasília irá mobilizar toda a sua força policial para a posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro, informaram autoridades nesta terça-feira (27), em meio a preocupações com os distúrbios e a tentativa de ataque com explosivo protagonizados por bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição.
No domingo, "haverá mobilização integral, 100% das forças policiais do DF, tanto da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança, não só do presidente da República, mas das delegações estrangeiras e das pessoas que participarão do evento", declarou Flávio Dino, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública.
Até o momento, acrescentou Dino, não foi tomada nenhuma decisão sobre o tradicional desfile na Esplanada dos Ministérios. "Dois cenários estarão disponíveis no dia" e a decisão será tomada "no momento", acrescentou.
"Todas as pessoas que virão à posse participarão de um evento em paz e retornarão para os seus lares em paz", disse Dino, incentivando os brasileiros a viajarem de outros estados.
Muitos apoiadores de Lula expressaram, nas redes sociais, medo de tumultos ou ataques durante a posse, especialmente depois que um apoiador do presidente Jair Bolsonaro foi preso e acusado de terrorismo, no sábado, por plantar um explosivo em um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília. Embora tenha havido uma tentativa de ativá-lo, o dispositivo não explodiu.
O homem, identificado como George Washington de Oliveira Sousa, disse aos investigadores que o objetivo do ataque era "iniciar o caos" e "impedir o estabelecimento do comunismo no Brasil".
O governador de Brasília, Ibaneis Rocha, disse hoje em entrevista coletiva que o detido chegou a fazer curso de atirador de elite, e destacou sua "mentalidade totalmente voltada para o crime".
Além disso, Rocha informou que um segundo homem, suspeito de ter ajudado Souza, é procurado, mas que informações apontam que ele fugiu da capital.
Desde a derrota de Bolsonaro em outubro, seus apoiadores bloquearam estradas e fizeram manifestações em frente a quartéis militares para pedir às Forças Armadas que impeçam a posse de Lula.
No dia 12 de dezembro, manifestantes de um desses acampamentos entraram em confronto com a polícia e incendiaram ônibus e carros em Brasília.
"Não são pequenos grupos terroristas, não serão pequenos grupos extremistas que vão emparedar as instituições da democracia brasileira. Não há espaço para isso no Brasil", comentou Dino nesta terça.
O futuro ministro pediu ao Supremo Tribunal Federal que suspenda o porte de armas na capital de amanhã até 2 de janeiro.
Bolsonaro, que limitou suas aparições públicas desde a derrota eleitoral, não se pronunciou publicamente sobre os acontecimentos, nem confirmou se irá passar a faixa presidencial a Lula no domingo.
mel/rsr/ll/mr/rpr/lb
© Agence France-Presse
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