Quase 100 crianças do povo Yanomami morreram em 2022
O Ministério dos Povos Indígenas afirmou que 99 crianças do povo Yanomami morreram no ano passado na maior reserva indígena do Brasil por desnutrição, pneumonia e malária, entre outras causas. As vítimas foram crianças com menos de cinco anos.
A pasta, que divulgou os números na sexta-feira (20), afirmou que durante uma visita realizada esta semana foram encontrados diversos casos de crianças com desnutrição grave, além de malária, infecções respiratórias e outras complicações de saúde. Na segunda-feira (16), o Ministério da Saúde enviou uma equipe multidisciplinar para a Terra Indígena Yanomami, na região amazônica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Boa Vista neste sábado. Localizado nos estados de Roraima e Amazonas, o território de 96.000 km2 é lar de cerca de 30.400 indígenas.
"É desumano o que vi aqui", afirmou Lula durante sua visita.
Diante da crise sanitária na terra Yanomami, o governo declarou emergência de saúde pública no território, medida publicada em edição extra do "Diário Oficial da União" na sexta-feira.
Desnutrição, malária, pneumonia e diarreia foram as principais causas de mortalidade infantil entre os Yanomami em 2022, segundo registros.
O governo Bolsonaro não ofereceu balanços anuais sobre mortalidade infantil nos últimos anos. O ex-presidente defendeu o garimpo e a exploração agrícola de terras indígenas e questionou, em diversas ocasiões, a demarcação da terra Yanomami, que, em plena selva amazônica, é invadida há décadas por garimpeiros.
A violência cresceu nesse território, cenário constante de confrontos entre indígenas e garimpeiros que mataram moradores, abusaram sexualmente de mulher e contaminaram rios com o mercúrio usado para separar o ouro dos sedimentos, segundo denúncias de associações e grupos indígenas
O avanço da mineração ilegal impulsiona a proliferação de doenças, como malária, tuberculose e até a covid-19, afirmam especialistas. Em 2022, a malária se espalhou entre a população Yanomami: foram registrados 11.530 casos, com crianças de 5 a 11 anos sendo as mais afetadas, segundo o Ministério da Saúde.
Mas "este país mudou de governo e vai agir com rigor no combate ao garimpo", disse Lula neste sábado.
mls/pr/gm/ap
© Agence France-Presse
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