Fundo da ONU premia povos indígenas da Bolívia por gestão das mudanças climáticas
O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) das Nações Unidas premiou as comunidades indígenas de três departamentos (estados) da Bolívia por seu manejo pecuário adaptado às mudanças climáticas, informou nesta quarta-feira (15) a entidade.
O reconhecimento foi obtido pelo "Programa de Fortalecimento Integral da Cadeia de Valor dos Camelídeos no Altiplano Boliviano", conhecido como "Pró-Camelídeos", e foi concedido em Roma, sede do fundo, no marco do encontro mundial do Fórum de Povos Indígenas organizado pelo Fida.
Trata-se de um projeto desenvolvido na cordilheira andina da Bolívia, devido ao fato de que as frequentes condições climáticas extremas, como secas, nevascas intensas ou grandes geadas, afetaram negativamente a saúde dos camelídeos e a mortalidade dos filhotes de lhamas da cordilheira e, portanto, da economia local.
O programa trabalha com as populações indígenas de 47 municípios dos departamentos de La Paz, Oruro e Potosí, onde vivem 67% dos camelídeos - animais como lhamas, vicunhas e guanacos - da Bolívia.
Enfrentar as mudanças climáticas tornou-se uma prioridade para essas populações e só em 2022, o programa Pró-Camelídios beneficiou mais de 10.500 pessoas para o enfrentamento de diversos desafios, como baixa produtividade pecuária, escassez de ração e água para os animais e melhoria dos padrões de qualidade da matéria-prima.
No âmbito do Fórum dos Povos Indígenas, criado pelo Fida para promover o diálogo e a consulta entre organizações e instituições indígenas, representantes dessas comunidades se reuniram com o papa Francisco, que reconheceu o papel desses povos na proteção do meio ambiente, uma de suas batalhas como pontífice latino-americano.
O presidente do Fida, o espanhol Álvaro Lario, reconheceu por sua vez que os povos indígenas atuam como líderes climáticos chave para proteger a biodiversidade e garantir um futuro viável em nosso planeta para as próximas gerações.
Desde sua criação em 1978, o FIDA forneceu US$ 23,2 bilhões em doações e empréstimos a juros baixos para projetos que beneficiaram cerca de 518 milhões de pessoas.
kv/mb/ic/am
© Agence France-Presse
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