Confronto entre professores e polícia após tentativa de tomar ministério na Bolívia
Centenas de professores que protestavam contra um plano escolar do governo boliviano tentaram, nesta segunda-feira (20), ocupar a sede do Ministério da Educação, em La Paz, desencadeando confrontos com a polícia, que impediu o avanço dos mesmos.
Os funcionários, que alegaram falta de capacitação para ensinar robótica, matemática financeira e xadrez, como prevê uma iniciativa que entrou em vigor este ano, também se mobilizaram por mais recursos para o setor. "Precisamos que aqueles que ensinam estejam capacitados", declarou o líder sindical José Luis Álvarez.
Os manifestantes caminharam cerca de oito quilômetros, da cidade vizinha de El Alto até a sede do Ministério da Educação, no coração da capital boliviana, entoando slogans como "Força, força, força, companheiros, a luta é dura, mas venceremos!".
"Queremos um orçamento maior e uma aposentadoria digna", disse à AFP a professora Martha Raldes, que marchou com um guarda-chuva, sob um sol inclemente.
A polícia de choque impediu a passagem dos manifestantes até o prédio oficial com gás lacrimogêneo. Autoridades não relataram detidos, nem feridos.
Na Bolívia, um educador ganha em média 4.000 bolivianos por mês, cerca de 3.000 reais. O salário mínimo nacional é de 2.250 bolivianos. "Faremos uma greve nacional e uma greve de fome" se o governo não atender às demandas do sindicato, advertiu Rosmery Martínez.
O ministro da Educação, Edgar Pary, reiterou sua disposição ao diálogo, mas criticou que os professores tentem "demonizar" o novo plano para a educação básica e secundária por sua suposta complexidade.
jac/vel/cjc/ic/lb
© Agence France-Presse
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