Topo

Conteúdo publicado há
12 meses

Polícia de Hong Kong oferece recompensa por informações para captura de ativistas no exterior

Em foto de 2020, policiais detém adolescente em protesto em Hong Kong - MAK WAI KIT/HKUST RADIO NEWS REP/MAK WAI KIT via REUTERS
Em foto de 2020, policiais detém adolescente em protesto em Hong Kong Imagem: MAK WAI KIT/HKUST RADIO NEWS REP/MAK WAI KIT via REUTERS

03/07/2023 09h48

A polícia de Hong Kong ofereceu, nesta segunda-feira (3), uma recompensa de um milhão de dólares locais (pouco mais de US$ 127 mil e R$ 611 mil), para quem fornecer qualquer informação que facilite a captura no exterior de oito ativistas pró-democracia, procurados por crimes contra a segurança nacional.

Os ativistas fugiram de Hong Kong depois que Pequim impôs uma lei de segurança nacional rigorosa nesta região administrativa especial.

A medida aniquilou qualquer indício de dissidência após os protestos multitudinários pró-democracia de 2019.

Os procurados "cometeram ofensas muito graves que colocam a segurança nacional em perigo", confirmou o superintendente-chefe do Departamento de Segurança Nacional, Steven Li.

O grupo inclui os legisladores pró-democracia Nathan Law Kwun-chung, exilado no Reino Unido, Ted Hui Chi-fung e Dennis Kwok Wing-hang, assim como o sindicalista veterano Mung Siu-tat.

Os outros quatro são Elmer Yuen Gong-yi, Finn Lau Cho-dik, Anna Kwok Fung-yee e Kevin Yam Kin-fung.

"Não toleramos as tentativas por parte da China de intimidar e silenciar indivíduos no Reino Unido e no exterior", declarou o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, em um comunicado.

"Instamos Pequim a retirar a lei de segurança nacional e as autoridades de Hong Kong a parar de atacar quem defende a liberdade e a democracia", acrescentou.

Os ativistas foram acusados de conspirar com forças estrangeiras contra a segurança nacional, um crime punível com prisão perpétua.

Alguns também foram acusados de subversão, incitação à subversão e secessão, mas a polícia não pode detê-los caso estejam fora do país, disse Li. "Mas não deixaremos de ir atrás deles", confirmou.

As forças de segurança de Hong Kong oferecem uma recompensa de 1 milhão de dólares locais por cada ativista a qualquer pessoa que fornecer informações sobre o paradeiro deles, contanto que possa levar "à prisão ou a um processo satisfatório".

A nova lei de segurança nacional, sob a qual 260 pessoas já foram presas, tem o poder de responsabilizar os acusados mesmo que estejam fora do território.

Segundo as regras, os casos de prisão são tratados por policiais, promotores e juízes nomeados por Hong Kong, mas Pequim pode assumir o controle de alguns deles.

O anúncio da polícia acontece dois dias depois da celebração do 26º aniversário da devolução do território à China. 

su/dhc/sco/sag/mb/ms/aa/ic/rpr

© Agence France-Presse