Otan anuncia exercício militar de meses com 90 mil soldados
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou, nesta segunda-feira (18), que iniciará na próxima semana seu maior exercício militar "em décadas", uma operação de vários meses envolvendo 90 mil soldados da aliança.
Este é o maior exercício da Otan desde 1988, antes do colapso da União Soviética, e ocorre em um momento em que a aliança militar está revisando suas estratégias de defesa após a invasão russa da Ucrânia.
O general americano Christopher Cavoli, chefe do Comando da Otan para a Europa, disse que o exercício, batizado como "Steadfast Defender", se estenderá até maio com a participação de 31 países da Otan e da Suécia, que aspira aderir ao grupo.
"Será uma demonstração clara de nossa unidade, de nossa força e de nossa determinação em protegermos uns aos outros", afirmou o militar.
No total, participarão das manobras militares 50 navios, 80 aeronaves e mais de 1.100 veículos de combate.
Os exercícios - uma série de manobras menores - serão realizados desde a América do Norte até o flanco oriental da Otan, perto da fronteira com a Rússia.
Por sua vez, o chefe do Comitê Militar, o almirante holandês Rob Bauer, comentou que os países da aliança devem estar preparados para enfrentar adversários como a "Rússia ou os grupos terroristas".
"Não estamos buscando conflito, mas se nos atacam, temos que estar prontos", declarou.
Os países da Otan precisam "ter planos, e por isso estamos nos preparando para um conflito", disse Bauer, que destacou que se trata de um número "recorde de tropas".
Bauer afirmou ainda que as tropas terrestres russas foram afetadas pela guerra na Ucrânia, mas apontou que a Marinha e a Força Aérea seguem sendo forças "consideráveis".
Segundo o militar, os esforços da Rússia para reconstruir suas forças foram dificultados pelo impacto das sanções ocidentais, mas que Moscou segue tendo capacidade para aumentar a produção de artilharia e de mísseis.
Sobre o conflito na Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022, Bauer indicou que ainda há intensos combates, mas que a linha de frente "não se move muito em um sentido ou outro".
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© Agence France-Presse
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