Catar diz que entregará ao Hamas um marco para libertação de reféns israelenses
O primeiro-ministro do Catar anunciou, nesta segunda-feira (29), após reuniões com funcionários americanos, egípcios e israelenses, que será transmitido ao Hamas um marco para pôr fim aos combates em Gaza e conseguir a libertação dos israelenses mantidos reféns pelo movimento islamista palestino.
O xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani disse à emissora de televisão NBC que "progressos significativos" foram feitos esta semana e que as partes "esperavam transmitir esta proposta ao Hamas e fazê-lo se envolver positiva e construtivamente no processo".
O Catar, juntamente com o Egito e os Estados Unidos, lidera os esforços de mediação desde que começou a guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, desencadeada pelos ataques mortais do grupo islamista palestino no sul de Israel.
O primeiro-ministro catari confirmou que as reuniões com o diretor da CIA, William Burns, e altos funcionários de segurança israelenses e egípcios tinham resultado em um marco para uma trégua escalonada, na qual primeiro seriam libertadas as mulheres e as crianças reféns, e também seria permitida a entrada de ajuda na Faixa de Gaza sitiada.
O xeque acrescentou que o Hamas fez "uma demanda clara" de um "cessar-fogo permanente antes das negociações" e que a proposta atual "poderia levar a um cessar-fogo permanente no futuro".
Israel afirma que 132 dos 250 reféns sequestrados nos ataques do Hamas em 7 de outubro permanecem em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 28 que teriam morrido.
A implacável ofensiva militar de Israel deixa ao menos 26.637 mortos em Gaza até este momento, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.
O rico emirado, que abriga a maior base militar americana no Oriente Médio, também acolhe o escritório político do Hamas e é a principal residência do líder autoexilado dos islamistas, Ismail Haniyeh.
O primeiro-ministro catari advertiu que um ataque atribuído a militantes apoiados pelo Irã no qual morreram três soldados americanos na Jordânia poderia agravar as tensões regionais.
"Desde o primeiro dia, advertimos que esta guerra poderia crescer e afetar toda a região", declarou.
"Espero que nada mine os esforços que estamos fazendo nem ponha em perigo o processo, mas sem dúvida terá repercussões", acrescentou.
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© Agence France-Presse
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