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Harvey Weinstein terá novo julgamento por estupro em NY

01/05/2024 16h15

Um juiz da Suprema Corte de Nova York ordenou, nesta quarta-feira (1º), a realização de um novo julgamento do magnata do cinema Harvey Weinstein, depois que uma corte de apelações anulou na semana passada sua condenação anterior por estupro e agressão sexual devido a erros processuais.

A ex-atriz Jessica Mann, uma das acusadoras do magnata que levaram à sua condenação em 2020, estava na primeira fileira do tribunal, a poucos metros de Weinstein.

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"Acreditamos neste caso [...] Com este fim, Jessica Mann está hoje no tribunal", disse a promotora Nicole Blumberg ao anunciar que a promotoria solicita um novo julgamento. "Ela está comprometida para que se faça justiça mais uma vez".

"Estamos convencidos de que o acusado voltará a ser condenado no julgamento", acrescentou.

Por sua vez, o advogado do ex-produtor, Arthur Iidala, insistiu em que seu cliente "foi absolvido das acusações mais graves" e acusou a promotora do julgamento original em Nova York de cometer perjúrio. 

A equipe de Weinstein havia solicitado que se concedesse a seu cliente a liberdade condicional mediante pagamento de fiança, à espera de um novo julgamento, mas o juiz Curtis Farber rejeitou o pedido e impôs a prisão preventiva até que ele volte a se sentar no banco dos réus, o que não deve acontecer antes de 4 de setembro.

A próxima audiência do caso foi marcada para 29 de maio para analisar novas provas.

"Sua vida está em jogo", disse Aidala ao pedir a liberdade de seu cliente.

Fora do tribunal, Aidala disse que as autoridades deveriam dedicar mais tempo a perseguir os delinquentes do metrô e os estudantes que protestam na Universidade de Columbia, e lamentou que seu cliente tenha "que comprar agora batatas fritas no armazém" quando antes "estava acostumado a beber champanhe e comer caviar".

O outrora intocável peso-pesado da indústria cinematográfica de Hollywood sofreu com uma série de problemas de saúde durante sua estada na prisão e passou um tempo em uma unidade hospitalar do sistema penitenciário. No fim de semana, esteve hospitalizado em Nova York.

- '#MeToo' -

Em 2020, Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão pelo estupro e agressão sexual da atriz Jessica Mann em 2013, e por forçar sexo oral na ex-assistente Mimi Haley em 2006. 

Em uma decisão apertada de 4 a 3, na semana passada, os juízes do tribunal de apelações de Nova York anularam um dos casos mais emblemáticos do movimento #MeToo, citando erros processuais, pois o juiz aceitou o testemunho de mulheres que supostamente sofreram abuso por parte de Weinstein que não faziam parte do caso contra ele. 

No entanto, Weinstein seguirá preso, pois precisa cumprir outra sentença de 16 anos por estupro imposta por um tribunal da Califórnia. 

Sua defesa já anunciou que também recorrerá dessa sentença.

Desde 2017, dezenas de mulheres, incluindo atrizes como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, acusaram Harvey Weinstein de assédio, agressão sexual ou estupro, dando origem ao movimento #MeToo, que abriu o caminho para a luta das mulheres contra a violência sexual no local de trabalho. 

Após sua condenação em Nova York, um processo civil concedeu US$ 17 milhões (cerca de R$ 88 milhões, na cotação atual) a dezenas de outras mulheres que acusaram o ex-magnata do cinema de abuso. 

Weinstein e seu irmão, Bob, cofundaram a Miramax Films em 1979, uma empresa de distribuição que recebeu o nome de sua mãe Miriam e de seu pai Max. 

Ela foi vendida para a Disney em 1993. Entre seus sucessos estava "Shakespeare Apaixonado" (1998), ganhadora do Oscar de Melhor Filme. Ao longo dos anos, os filmes de Weinstein receberam mais de 300 indicações ao Oscar e 81 estatuetas.

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© Agence France-Presse

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