Protestos estudantis pró-Palestina se espalham pela Europa

Os protestos de estudantes para exigir que suas universidades rompam quaisquer laços com Israel devido à guerra na Faixa de Gaza se espalharam nesta terça-feira (7) pela Europa, com forças policiais realizando intervenções na França, Holanda e Alemanha.

Alunos de algumas universidades de elite, inspirados em seus colegas nos campi americanos, multiplicaram as ocupações em salas de aula e centros acadêmicos.

Exigem, em particular, o fim das parcerias com instituições israelenses, como forma de sanção para a ofensiva devastadora lançada por Israel contra Gaza, após o ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro.

Na Universidade de Amsterdã, centenas de estudantes retomaram nesta terça-feira à noite sua protesto no campus, apenas um dia depois de a polícia tê-los desalojado de maneira truculenta e destruído suas barracas.

Desta vez, os manifestantes ergueram barreiras nas estradas de acesso à universidade, vigiados por um forte contingente policial.

A intervenção do dia anterior resultou em 169 detidos, disse a polícia, que libertou todos exceto dois, ainda sob custódia por acusações de crimes de desordem pública.

Em decorrência do protesto, esta universidade neerlandesa publicou uma lista de suas colaborações com Israel, principalmente intercâmbios estudantis e projetos de pesquisa envolvendo acadêmicos israelenses.

Em seu site, a universidade afirmou que "sob nenhuma circunstância contribuirá para a guerra" e que "também não tem a intenção de participar de intercâmbios no campo da educação relacionados ao Exército".

- Ações em Paris e Berlim -

Cenas semelhantes ocorreram em Paris, onde a polícia desalojou à noite cerca de cem manifestantes que ocupavam um anfiteatro da Sorbonne em "solidariedade" com Gaza e deteve 88 deles.

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As forças policiais também intervieram em duas ocasiões na prestigiosa universidade Sciences Po para dispersar cerca de 20 estudantes que se barricaram no hall principal.

A intervenção visava permitir o acesso aos estudantes que deveriam fazer um exame e resultou em duas detenções, informou o Ministério Público da capital francesa.

A polícia agiu várias vezes durante a última semana na Sciences Po, onde os manifestantes exigem que a universidade revele seus acordos de parceria com instituições israelenses.

Treze estudantes estão em greve de fome, de acordo com a instituição acadêmica.

Na Alemanha, a Universidade de Leipzig, no leste, informou que entre 50 e 60 pessoas ocuparam o anfiteatro da instituição, bloqueando as portas por dentro e instalando barracas no pátio.

Segundo um comunicado da instituição acadêmica, os manifestantes carregavam faixas com o lema: "Ocupação da universidade contra o genocídio".

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Os responsáveis universitários chamaram a polícia à tarde, que informou sobre uma contramanifestação na área com cerca de 40 pessoas.

Anteriormente, na Universidade Livre de Berlim, a polícia dispersou uma manifestação depois que até 80 pessoas montaram um acampamento de protesto no campus na madrugada desta terça-feira.

Os manifestantes, alguns dos quais vestiam o keffiyeh, símbolo da causa palestina, sentaram-se em frente às barracas erguendo faixas.

- Áustria e Suíça -

Na Suíça, houve protestos em centros acadêmicos de Lausanne, Genebra e Munique. A Universidade de Lausanne afirmou em comunicado que "não há motivo para interromper as relações" com Israel.

Na Áustria, dezenas de manifestantes acamparam no campus da Universidade de Viena nesta terça-feira à tarde.

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A guerra entre Israel e Hamas teve inicio no dia 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses. 

Israel estima que, após uma troca de reféns por prisioneiros palestinos em novembro, 128 pessoas permaneçam cativas em Gaza e que 35 delas tenham morrido. 

A ofensiva lançada por Israel deixou até agora 34.789 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas. Israel também é criticado pelo bloqueio que impôs ao território palestino. 

A entrada de alimentos e ajuda humanitária chega a conta-gotas em Gaza, onde vivem 2,4 milhões de palestinos.

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© Agence France-Presse

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