Adolescente mata a tiros os pais e a irmã em São Paulo

Um adolescente matou a tiros os pais e a irmã na própria casa da família, na cidade de São Paulo, depois de sentir "frustração" por ter sido proibido de usar o celular, segundo detalhes da investigação fornecidos nesta quarta-feira (22) pela polícia. 

O crime ocorreu na última sexta-feira, mas se tornou conhecido na segunda-feira, quando o menor de 16 anos contactou a polícia para denunciar que tinha disparado e matado seus três familiares. 

"A Polícia Militar foi chamada pelo próprio adolescente, que confessou o crime", informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em nota. 

"O menor informou que na sexta-feira utilizou a arma de seu pai, um guarda civil municipal de 57 anos, para cometer os crimes contra ele, sua irmã, de 16, e sua mãe, de 50", acrescenta a nota.

O delegado Roberto Afonso, responsável pela investigação, disse que o adolescente teria se sentido "muito frustrado" quando os pais lhe tiraram o celular durante uma discussão. 

O menor, filho adotivo, decidiu então procurar a arma do pai e atirou nas costas dele.

Depois, foi até o andar superior da casa e atirou no rosto da irmã. 

Por fim, ele esperou várias horas até que a mãe chegasse em casa e atirou nela também.

"Precisamos entender se foi uma frustração relacionada a algum tipo de transtorno ou se houve uma problemática de terceiro envolvido", disse Afonso à emissora Record. 

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As investigações apuram se havia "algum interlocutor com ele ao telefone". 

O jovem permaneceu na casa com os três corpos desde sexta-feira até a madrugada de segunda-feira, quando foi apreendido pela polícia e levado para a delegacia. 

Durante o período, o menor frequentou a academia e fez compras em uma padaria. 

No sábado, ainda "com raiva", esfaqueou o corpo da mãe, explicou Afonso. 

Segundo o delegado, o adolescente teve uma atitude "fria" ao contar o ocorrido. 

Por ser menor de idade, o jovem foi acusado de cometer "atos infracionais" (em vez de crimes) de homicídio e feminicídio, porte ilegal de arma de fogo e vilipêndio de cadáver. 

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O adolescente está detido em um centro de detenção de menores. 

De acordo com a legislação nacional, menores de 18 anos são penalmente inimputáveis e ficam sujeitos a uma legislação especial.

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© Agence France-Presse

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