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Furacão Beryl deixa sete mortos no Caribe, mas se enfraquece em direção à Jamaica

02/07/2024 08h13

O furacão Beryl enfraqueceu ligeiramente e foi rebaixado para a categoria 4, a segunda mais alta, enquanto se dirige para a Jamaica, após causar pelo menos sete mortes no Caribe.

De acordo com relatórios das autoridades da região, o fenômeno deixou pelo menos três mortos em Granada, um em São Vicente e Granadinas e três na Venezuela.

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O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos espera que Beryl se "enfraqueça" ao chegar nesta quarta-feira perto da costa da Jamaica, mas alertou que atingirá a ilha com ventos potencialmente fatais, ondas ciclônicas, chuvas e inundações repentinas.

Segundo o NHC, há um aviso de furacão para a Jamaica, que está se preparando com abrigos de emergência em Montego Bay e instalações seguras em Kingston, conforme relatado pelo jornal Jamaica Gleaner.

"Insto todos os jamaicanos a se abastecerem com alimentos, baterias, velas e água. Protejam seus documentos importantes e removam qualquer árvore ou objeto que possa colocar em perigo sua propriedade", pediu o primeiro-ministro Andrew Holness na rede social X.

O NHC também previu ondas ciclônicas ao longo das costas sul de Porto Rico e da ilha Hispaniola, onde estão República Dominicana e Haiti.

- Destruição generalizada -

Em outras partes do Caribe, no entanto, o estrago já está feito.

Depois de perder um pouco de intensidade no fim de semana, Beryl se fortaleceu novamente na segunda-feira, alcançando a máxima categoria da escala Saffir-Simpson ao atingir a ilha de Carriacou, em Granada, que tem 9 mil habitantes.

"Em meia hora, Carriacou foi devastada", disse o primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell. "Praticamente não temos comunicação com Carriacou há 12 horas", acrescentou.

Em estado de emergência, Carriacou teve suas telecomunicações e eletricidade cortadas, com casas e postos de combustível destruídos. Duas pessoas morreram lá e uma terceira na ilha principal de Granada, quando uma árvore caiu sobre uma casa.

Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro fez um balanço dos danos causados elo furacão na costa nordeste do país.

"Confirmamos o falecimento de três pessoas, dois homens e uma mulher (...) há quatro pessoas desaparecidas, dois homens, duas mulheres", disse Maduro. Ele também relatou que 80 famílias estão em abrigos e quase 1.800 casas foram afetadas.

As Ilhas de São Vicente e Granadinas também sofreram com "ventos catastróficos e ondas ciclônicas potencialmente fatais", causando estragos, devastação e pelo menos uma morte, segundo o primeiro-ministro Ralph Gonsalves, que alertou que "pode haver mais vítimas".

Uma reunião do bloco regional do Caribe Caricom prevista para esta semana em Granada foi adiada.

O NHC instou as Ilhas Cayman e várias áreas da península de Yucatán e do Golfo do México a tomarem medidas extremas diante da aproximação do furacão Beryl.

Barbados, a mais oriental das Ilhas de Barlovento, escapou do pior, registrando apenas fortes ventos e chuvas torrenciais. Houve casas inundadas e barcos de pesca danificados em Bridgetown, mas não foram relatados feridos.

Na ilha francesa de Martinica, há um alerta de tempestade tropical e cerca de 10 mil lares ficaram sem eletricidade em diferentes áreas.

- Fenômeno incomum -

Beryl é o primeiro furacão da temporada 2024 no Atlântico, que vai do início de junho até o final de novembro.

Os cientistas destacam que é incomum que um ciclone tão poderoso seja formado de maneira tão precoce na temporada.

"Apenas cinco grandes furacões [categoria 3+] foram registrados no Atlântico antes da primeira semana de julho", escreveu na rede X o especialista em furacões Michael Lowry.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos também prevê uma temporada extraordinária, com a possibilidade de entre quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.

As temperaturas quentes do oceano são fundamentais para os furacões. As águas do Atlântico Norte estão atualmente de um a três graus Celsius mais quentes do que o normal, de acordo com a NOAA.

"Está claro que a crise climática está elevando os desastres naturais a novos níveis recordes de destruição", considerou o Secretário Executivo do Fundo das Nações Unidas para a Mudança Climática (UNFCC), Simon Stiell.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com a região e, em uma mensagem na rede social X, disse que a entidade "está pronta para apoiar as autoridades nacionais em qualquer necessidade sanitária".

Fenômenos meteorológicos extremos, incluindo furacões, têm se tornado mais frequentes e devastadores nos últimos anos, como resultado das mudanças climáticas.

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© Agence France-Presse

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