Após caso de espionagem, Canadá suspende treinadora e pede que seleção não seja punida

A Federação de Futebol do Canadá (Canada Soccer) pediu à Fifa nesta sexta-feira (26) que a seleção feminina não seja punida por conta do escândalo de espionagem com drone nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que provocou a suspensão da treinadora da equipe.

Bev Priestman, à frente da atual campeã olímpica, foi afastada dos Jogos depois que foi descoberto que sua auxiliar Jasmine Mander e o analista Joey Lombardi usaram um drone para filmar um treino da Nova Zelândia, adversária da seleção canadense na fase de grupos.

Kevin Blue, diretor-executivo da Canada Soccer, defendeu suas jogadoras afirmando que elas não viram nenhuma das imagens registradas pelo drone e, portanto, não deveriam ser punidas com a perda de pontos.

O Canadá venceu a Nova Zelândia por 2 a 1 na quinta-feira.

Priestman não ficou no banco na partida e, horas depois, foi afastada do cargo até que seja finalizada uma "investigação externa independente" aberta pela federação.

Tanto Jasmine Mander como Joey Lombardi já haviam sido enviados de volta ao Canadá. O analista chegou a ser detido pela polícia francesa e recebeu uma sentença de oito meses de prisão, que acabou suspensa.

Blue disse à imprensa que houve "falhas francamente inaceitáveis" e "incidentes éticos" por parte de membros da comissão técnica canadense.

Embora não tenha especificado há quanto tempo essas filmagens aconteciam, o diretor da Canada Soccer disse que fontes internas apontam que "esse tipo de comportamento pode ser sistêmico".

"Mas as jogadoras não estão envolvidas em nenhum comportamento pouco ético", ressaltou Blue. "E, francamente, pedimos à Fifa que leve isso em consideração se estiver pensando novas punições.

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"Concretamente, não acreditamos que uma dedução de pontos neste torneio seja justa para nossas jogadoras", continuou.

Após a estreia com vitória no Grupo A, que também tem França e Colômbia, as jogadoras canadenses se desvincularam da espionagem.

"Houve muita emoção, frustração e humilhação porque não reflete nossos valores nem o que queremos representar como competidoras nos Jogos Olímpicos", declarou a zagueira Vanessa Gilles. "Os Jogos representam o jogo limpo. Como canadenses, esses não são nossos valores nem os de nosso país. Não somos trapaceiras".

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© Agence France-Presse

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